| 17/01/2006 19h07min
O plenário da Câmara já está votando o pedido de urgência para o projeto de lei do deputado Raul Jungmann (PPS-PE) que acaba com o pagamento de dois salários extras pela convocação extraordinária do Congresso durante o recesso.
Ao iniciar a discussão, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, chamou o deputado Alberto Fraga (PFL-DF) para falar contra o pedido de urgência e Jungmann para fazer a defesa. Fraga pediu que os colegas não aprovem a urgência do projeto alegando que o Congresso não deve baixar a cabeça para a imprensa.
– Se a gente aprovar essa urgência, vamos fazer exatamente o que a imprensa quer. Aprendi na minha vida de militar que a gente deve ser obediente, mas não quero ser subserviente. Nem sempre a imprensa está certa – protestou Fraga, que foi aplaudido por alguns colegas.
Raul Jungmann, por sua vez, disse que entende a pressão da imprensa e afirmou que os parlamentares não podem quebrar o contrato de confiança que têm com os eleitores.
– Nós temos um contrato de confiança com nossos eleitores. Imagina o que pensam os eleitores quando descobrem que ganhamos 13º, 14º, 15º salários e mais dois salários extras em cada convocação. Acreditam os senhores que esse contrato de confiança resiste a essa prova de descrédito, ainda mais quando atravessamos uma crise como a atual? Entendo que pressão da imprensa é legítima – disse Jungmann.
A Câmara já recebeu do governo o pedido de retirada da urgência para o projeto que cria a Super-Receita, permitindo a votação das propostas sobre recesso e convocação extraordinária.
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