O Conselho Superior de Esportes espanhol (CSD) espera que a Comissão Nacional Antiviolência estude e tome as medidas necessárias diante dos incidentes ocorridos na partida de ontem entre Barcelona e Athletic Bilbao, no Camp Nou, em sua reunião da próxima quarta. Fontes do CSD disseram que as atitudes e declarações ocorridas na partida são impugnáveis e em nada contribuem à boa ordem no esporte, em alusão à cusparada dada pelo camaronês Samuel Eto'o no jogador Expósito, do Athletic, e às palavras do técnico do time de Bilbao, Javier Clemente, que afirmou que "achava que os que cuspiam eram os que desciam das árvores".

Não é a primeira vez que o racismo é visto com preocupação na Espanha. O próprio técnico da seleção Luis Aragonés, já protagonizou uma polêmica prévia ao amistoso entre Espanha e Inglaterra ao fazer declarações consideradas ofensivas contra um jogador inglês. Outro caso envolveu o presidente do Alavés, Dimitry Piterman, que no início da temporada chamou de palhaços vários jogadores do Real Madrid, entre eles Ronaldo, Robinho e Roberto Carlos, por imitarem uma coreografia na comemoração de um gol contra sua equipe. Depois, ele disse com ironia que foi muito divertido, e que os três brasileiros eram "muito macacos".

Em 18 de março de 2004, o futebol espanhol, representado pela Federação (RFEF), os clubes profissionais (LFP), os jogadores (AFE), os técnicos, os árbitros e as torcidas assinaram junto ao CSD um protocolo contra o racismo, a xenofobia e a intolerância, que inclui 31 medidas em matérias de prevenção, localização dos responsáveis e punições.