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 | 10/01/2006 14h15min

Esquema de segurança é reprovado em quatro estádios alemães

Local que abrirá decisão do Mundial também recebeu cartão vermelho

Especialistas técnicos fizeram um balanço desfavorável das medidas de segurança nos estádios alemães. Cinco meses antes da Copa do Mundo, quatro dos 12 foram reprovados.

Um grande teste realizado pelo Stiftung Warentest, um organismo que se dedica à comparação e à análise de bens de consumo, dá cartão amarelo a outros quatro estádios e apenas os quatro restantes obtiveram resultados satisfatórios.

O estudo, apresentado hoje em Berlim, avaliou os dispositivos para responder a um eventual pânico, assim como o tamanho das saídas de emergência, a existência ou não de acessos rumo ao interior do campo em caso de tumulto nas arquibancadas, o tamanho dos degraus, sua inclinação e os sistemas antiincêndios.

O estádio olímpico de Berlim, em que será realizada a final, e o Fritz-Walter Stadion de Kaiserslautern, ambos recém-restaurados, são os que obtiveram os piores resultados neste estudo, assim como a Veltins Arena de Gelsenkirchen e o Zentralstadion de Leipzig.

No caso de Berlim, por exemplo, a evacuação se torna difícil porque o fosso é profundo, o caminho de saída das arquibancadas é muito longo, e quase não há extintores contra incêndios.

– Um estudo em 70 estádios na Bélgica, na Itália, em Portugal e na Espanha realizado em 1996 demonstrou que a maioria dos estádios tinha respondido à necessidade de ter saídas de emergência. Por isso, é muito estranho que três estádios do Mundial, o de Berlim, o de Leipzig e o de Gelsenkirchen, careçam totalmente destas saídas – assinalou Hubertus Primus ao apresentar o estudo.

O diretor da seção editorial do organismo – financiado basicamente com a venda de seus produtos editoriais, embora também receba fundos públicos – não quis se exceder no alarmismo e ressaltou que a maioria das deficiências encontradas ainda pode ser resolvida se os responsáveis pelos estádios agirem imediatamente.

Os autores do estudo afirmam que na hora de avaliar a situação dos estádios se guiaram por índices fixados nos regulamentos nacionais, assim como na Fifa e na Uefa.

Como exemplos positivos, Primus destacou os dispositivos de segurança nos estádios de Munique, Hannover, Nuremberg e Colônia, onde quase não foram detectadas deficiências. Receberam cartões amarelos os estádios de Hamburgo, Frankfurt, Stuttgart e Dortmund.

Primus explicou que todas as inspeções realizadas foram feitas com autorização e em cooperação com os responsáveis pelos próprios estádios e pelo comitê organizador.

Os especialistas lamentam em seu relatório que a situação seja tão deplorável apesar dos custos de reforma ou de construção dos estádios, que chegaram a 1,4 bilhão de euros.

Antes mesmo de ser informado sobre os dados do estudo, o presidente do comitê organizador alemão, Franz Beckenbauer, reagiu com duras críticas aos autores do estudo.

– Pode ser que a Stiftung Warentest saiba muito de cremes faciais, azeites de oliva ou aspiradores, e deveriam se dedicar a isso – disse Beckenbauer em entrevista ao jornal Bild publicada hoje.

Beckenbauer acha que o organismo quer aparecer e a única coisa que consegue é roubar seu tempo. O Stiftung Warentest é considerado um organismo altamente confiável e muito estimado pelos consumidores, o que leva as empresas cujos produtos obtiveram bons resultados nos testes a usar o resultado como selo de qualidade.

AGÊNCIA EFE

 

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