| 09/01/2006 09h44min
O presidente eleito boliviano, Evo Morales, concluiu hoje sua agenda oficial na China com uma reunião com o chefe de Estado, Hu Jintao. Morales pediu que o país do Oriente considere seu país um aliado ideológico.
O líder indígena foi recebido no Grande Palácio do Povo pelo presidente Hu, pouco antes de o líder boliviano se reunir com o ministro do Comércio chinês, Bo Xilai, para estudar possíveis investimentos de empresas chinesas na Bolívia. Morales ganhou as eleições de dezembro com o partido Movimento Ao Socialismo (MAS).
– Nunca tinha imaginado que um dia seria recebido com honras de chefe de Estado no Grande Palácio do Povo – disse o novo governante boliviano, que durante seus dois dias na China reconheceu ser um grande admirador, desde jovem, da revolução proletária realizada pelos chineses durante décadas.
Embora o eixo central da viagem tenha sido a tentativa de captar investimentos de empresas chinesas para a Bolívia, Morales deu características ideológicas claras à visita, manifestando sua admiração pelo regime comunista, apesar de a China que admirava quando era jovem parecer pouco com a atual.
Morales quebrou o protocolo e, em seus discursos aos líderes chineses, prestou homenagem até a figuras e épocas polêmicas para os políticos chineses atuais, como Mao tsé-tung e a Revolução Cultural (1966-76).
Essa época foi uma das mais obscuras da história da China, com milhões de políticos e intelectuais "punidos", mas para Morales sobressai a imagem idealizada que tinham os grupos de esquerda no exterior nos anos 60 e 70.
O líder de esquerda, de 46 anos, foi parabenizado hoje pelo presidente da China por sua vitória nas eleições de 18 de dezembro.
Além disso, o governante chinês expressou sua confiança em que, sob o comando de Morales, "o povo boliviano poderá conseguir grandes avanços na construção nacional".
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