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A ala que apoiou a candidatura do governador Olívio Dutra à reeleição pelo PT está dividida em relação à indicação do candidato a vice-governador da sigla. Entre os simpatizantes de Olívio, pelo menos dois candidatos – o deputado estadual Ivar Pavan e o secretário da Habitação, Ary Vanazzi – sonham com a vaga, almejada também pelo vice-governador Miguel Rossetto. A divisão é provocada pelo descontentamento das correntes minoritárias da ala pró-Olívio com a atuação da Democracia Socialista, grupo de Rossetto e principal pilar da atual gestão.
No debate interno, a Ação Democrática, de Pavan, e a Articulação de Esquerda, de Vanazzi, responsabilizam a tendência do vice-governador pela derrota na prévia do dia 17 para Tarso Genro, prefeito de Porto Alegre.
– A Democracia Socialista tem dificuldade enorme de fazer autocrítica – diz um secretário de Estado, que pede para não ser identificado.
Uma das áreas sob o comando do grupo de Rossetto que sofre mais críticas é a Secretaria do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (Sedai). O titular da pasta, Zeca Moraes, integra a Democracia Socialista. A secretaria conduziu a tentativa de renegociar contrato assinado pelo Estado na gestão do ex-governador Antônio Britto (PPS) com a montadora Ford, que culminou com a transferência do grupo para a Bahia. As candidaturas de Pavan e Vanazzi não são o único obstáculo no caminho de Rossetto.
O PT Amplo e outras cinco correntes que apoiaram Tarso já manifestaram preferência pelo ex-prefeito da Capital, Raul Pont, também da Democracia Socialista, para vice-governador. Ontem à tarde, um e-mail defendendo a candidatura da secretária da Educação foi enviado à imprensa em nome de um certo Wanderlei Kamir.
Lucia Camini pertence à Articulação de Esquerda e esteve na reunião que indicou Vanazzi. Paralelamente, o secretário de Administração, Marco Maia, lançou ontem Olívio como candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva.
– Creio que o governador tem densidade eleitoral suficiente para compor a chapa majoritária ao lado de Lula – disse Maia.
Para concorrer, o governador teria de se licenciar do cargo. Embora Maia não admita, a conseqüência é óbvia: com o afastamento de Olívio, Rossetto teria de assumir o governo e desistir de disputar cargo eletivo em outubro. A hipótese é afastada pelo grupo do governador. Apesar das resistências, a candidatura do vice à reeleição tem o aval de setores importantes, como a Esquerda Democrática, do chefe da Casa Civil, Flávio Koutzii, os ex-integrantes do PDT, capitaneados pelo vice-presidente do Banrisul, Sereno Chaise, e de sua própria corrente, encabeçada por Pont.
O prefeito de Gravataí, Daniel Bordignon, ex-integrante da Democracia Socialista e um dos artífices da vitória de Tarso na prévia, também avalizou a candidatura de Rossetto. Outros grupos pró-Olívio, como o Fórum de Ação Socialista, da deputada estadual Cecilia Hypolito, devem apoiar sua indicação.
– Temos convicção de que o vice será Rossetto, por ser o nome mais consistente para o cargo – afirmou Koutzii, que se encontrou ontem com Tarso.
O encontro que definirá o candidato a vice será realizado nos dias 6 e 7 de abril. Nessa data serão definidos também os candidatos do PT ao Senado.
LUIZ ANTÔNIO ARAUJOGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.