| 04/01/2006 07h20min
Defensor da candidatura do governador Germano Rigotto à Presidência pelo PMDB, o senador Pedro Simon disse ontem que o outro aspirante gaúcho à vaga, Nelson Jobim, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), não pode ser candidato de consenso na legenda. Jobim deve renunciar ao cargo em março e dá mostras de disposição a concorrer pelo PMDB se houver consenso sobre seu nome.
A prévia para definição do candidato, marcada para o dia 5 de março mas ameaçada de adiamento, é defendida com veemência por Simon. A eleição interna é vista pelo senador como forma de garantir a candidatura própria.
• Leia a seguir uma síntese da entrevista:
Zero Hora – Como o senhor analisa a possibilidade de Nelson Jobim ser indicado candidato de consenso do PMDB?
Pedro Simon – Isso é difícil. A prévia é uma questão fechada. O fato de Jobim se colocar à disposição demonstra a força do partido. Mas o PMDB tem
Germano Rigotto, Anthony Garotinho (ex-governador do Rio), os
governadores Jarbas Vasconcelos (Pernambuco) e Roberto Requião (Paraná) e o ex-presidente Itamar Franco. Por enquanto, não existe consenso.
ZH – O senhor tem dito que não é anti-Jobim, mas pró-Rigotto. Como o PMDB do Estado vai se comportar frente à disputa entre dois gaúchos?
Simon – O Estado há muito tempo não tinha um candidato. Agora tem dois. Está ótimo.
ZH – Isso não diminui as chances de Rigotto?
Simon – Nosso candidato é Rigotto, que tem todas as condições de ganhar a prévia. Mas não vamos chorar se vencer Jobim.
ZH – Qual é o objetivo dos peemedebistas governistas ao defender o adiamento da prévia?
Simon – O presidente do Senado (Renan Calheiros) e José Sarney (senador) são mal-intencionados. Calheiros sonha em ser vice do PT. Sarney sonha que a filha (Roseana Sarney) seja vice. Calheiros começou
no PC do B, foi líder do governo Fernando Collor, passou a ser ministro de Fernando
Henrique Cardoso e agora é homem de confiança de Lula. Ele sabe o que quer, mas não é muito fanático pelo PMDB. Sarney, menos ainda.
ZH – Governistas sonham em ver Jobim como vice de Lula. Como o senhor vê essa possibilidade?
Simon – Não pelo PMDB. Essa tese não existe no partido. Mas quatro anos atrás, eu tinha o apoio de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio e São Paulo (Simon era candidato do partido à Presidência). Quando fui ver, o comando do PMDB tinha feito aliança com o PSDB. O candidato era José Serra e a vice, Rita Camata, era do PMDB. Podem querer fazer isso de novo. Mas o governo está muito desgastado, e a tese da candidatura própria é muito forte.
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