| 21/12/2005 16h15min
A reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios par apresentação do relatório elaborado pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da comissão, foi encerrada pouco depois das 16h. De acordo com o documento, o PT montou uma gigantesca rede de arrecadação ilegal de recursos para atender a interesses partidários.
O balanço lido por Serraglio ainda é parcial. Segundo ele, as investigações deixaram claro que parte dos recursos conseguidos pela rede a serviço do PT foi desviada de empresas estatais e que acabou nos bolsos de parlamentares que mudaram de partido para fortalecer as forças governistas. Segundo Serraglio, o relatório de 411 páginas desmonta as versões apresentadas pelo partido de Luiz Inácio Lula da Silva para rejeitar as acusações e compromete ainda mais o PT, cujos antigos dirigentes renunciaram a seus cargos em julho, quando começaram a surgir indícios das denúncias. O documento do relator indica que os recursos ilegais não surgiram de empréstimos bancários, como alega o PT, mas de pagamentos feitos por empresas estatais às agências do empresário Marcos Valério, que seria o operador do esquema. Ao ler o relatório, Serraglio afirmou que a cada dia que passa surge alguma coisa nova que desmonta a versão dos acusados e mostra que houve desvios de recursos públicos. Os pagamentos não só serviam para financiar campanhas eleitorais irregularmente, mas também para garantir que os deputados votassem a favor dos projetos apresentados pelo Executivo e para subornar legisladores que aceitassem abandonar partidos da oposição para se juntarem às forças governistas, disse o relatório.De acordo com o balanço das investigações, os pagamentos se concentraram em maio de 2003, quando ocorreu uma intensa transferência de parlamentares para o PTB, e no primeiro trimestre de 2003, quando vários deputados se inscreveram no PP. Os investigadores também detectaram um considerável movimento de recursos em datas próximas a importantes votações no Congresso de projetos de lei de interesse do governo.
Segundo Serraglio, uma das fontes da rede ilegal foi a empresa Visanet, que opera no país associada ao Banco do Brasil e que, em maio de 2003, depositou R$ 23,3 milhões em contas das empresas do publicitário Marcos Valério por serviços que aparentemente não foram prestados.
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