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 | 13/12/2005 16h36min

Depoimento de Palocci em CPI fica para 2006

Ministro terá mais uma chance para comparecer como convidado

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, não comparecerá mais à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos este ano. Por "deferência", foi dada mais uma oportunidade ao ministro para que compareça à CPI espontaneamente como convidado, agora na primeira semana após a retomada dos trabalhos parlamentares em 2006, em janeiro ou fevereiro. A proposta, apresentada pelo senador Efraim Morais, foi aprovada por unanimidade pelos membros da comissão.

O líder da minoria no Senado, José Jorge (PFL-PE), apresentou com 13 motivos pelos quais o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, deve prestar depoimento na CPI. O parlamentar pernambucano espera que Palocci esclareça, primeiramente, a acusação feita por seu ex-assessor Rogério Buratti de que teria recebido propina de empresários enquanto esteve à frente da prefeitura de Ribeirão Preto.

De acordo com o senador, o ministro também precisaria explicar a atuação de outro ex-assessor, Ralf Barquete, junto à empresa Leão&Leão, supostamente beneficiada nas licitações da prefeitura de Ribeirão. José Jorge pede que Palocci esclareça os 1,4 mil telefonemas entre seu secretário particular, Ademirson Ariovaldo, e o também ex-assessor Vladimir Poleto, acusado de transportar dólares vindos de Cuba para a campanha do PT em 2002. O transporte seria ainda outro motivo para o ministro depor.

– Palocci precisa ainda explicar o destino de R$ 1 milhão recebidos de empresários angolanos para a campanha de Lula, além de prestar contas das retiradas que seu subordinado, presidente da Casa da Moeda (Manoel Severino dos Santos), fez nas contas de Marcos Valério. O Brasil é o único país onde isso acontece. É como se colocassem macaco para cuidar de banana – ironizou o senador José Jorge.

Segundo ele, o ministro Antonio Palocci deverá elucidar a relação de seu irmão Adhemar Palocci junto à seguradora InterBrazil para alimentar caixa dois em Goiânia, desvendar o esquema de corrupção que imperava no Brasil Resseguros SA (IRB) e explicitar o motivo da demissão de seu chefe de gabinete, Juscelino Dourado, após depoimento na CPI.

– Espero também que ele explique os R$ 10 milhões que foram desviados do Banco do Brasil para o valerioduto por meio da VisaNet e elucidar se tinha conhecimento do código de conduta federal que proíbe ministro de Estado passear em jatinhos de amigos empresário – concluiu.

AGÊNCIA SENADO
 

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