| 09/12/2005 13h12min
O Mercosul aprovou hoje o processo de negociações que permitirá à Venezuela incorporar-se como membro pleno do bloco. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse na cúpula dos presidentes do bloco que o êxito do mercado comum foi o que motivou a Venezuela a querer integrar-se.
– O êxito de nosso Mercosul atraiu outro Estado e isto abrirá um novo momento para nossa integração – disse em discurso frente aos outros participantes da cúpula.
Com o aceite dos chanceleres de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, e na presença de seus presidentes, reunidos em Montevidéu, o Mercosul abriu suas portas para o quinto membro pleno. A Venezuela poderá participar das reuniões do Conselho Mercado Comum e das reuniões presidenciais, mas não poderá votar.
Participam da reunião ainda os presidentes dos países líderes do bloco: Chile, Bolívia e Venezuela e representantes da Colômbia, Equador e Peru.
Lula acredita que a entrada da Venezuela "fortalecerá a integração de toda América do Sul" e afirmou que ajudará o fato de existir um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Comunidade Andina de Nações (Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela).
Apesar de seu otimismo, o presidente brasileiro não negou que o Mercosul tem dificuldades. Lula assinalou os desafios que acredita que o bloco enfrenta: aumentar a participação dos cidadãos, aumentar a institucionalidade e impulsionar a integração produtiva. O presidente destacou a necessidade de prosseguir com o projeto uruguaio Mercosul Cidadão, que tem o objetivo de envolver questões de cidadania no processo de integração, e cumprimentou a criação do Parlamento regional.
Além disso, Lula pediu um esforço para criar um "espaço econômico realmente ampliado", e convidou os demais membros do bloco a somar-se a uma iniciativa argentino-brasileira de construção naval. Ele disse que deu instruções a seus colaboradores para que identifiquem durante o primeiro semestre de 2006 um projeto produtivo de cada país-membro no qual o Brasil possa colaborar.
Lula também agradeceu ao diretor da Secretaria Técnica do Mercosul, o brasileiro Reginaldo Braga Arcuri, que está deixando o cargo, e ao presidente da Comissão de Representantes Permanentes, o argentino Eduardo Duhalde, que também deixa o cargo.
Finalmente, em referência às possibilidades de a socialista Michele Bachelet se transformar na próxima presidente do Chile, Lula disse que espera que no Mercosul "se aumente a participação de mulheres”.
– Isto está muito machista – afirmou.
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