| 08/12/2005 13h15min
O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse nesta quinta que é difícil fazer a investigação das movimentações financeiras do empresário Marcos Valério porque que o caixa e a contabilidade de suas empresas ainda estão em aberto. A todo o momento, destaca Serraglio, podem ser inseridos novos registros para justificar qualquer movimentação.
Serraglio citou o fato de os livros contábeis das agências de publicidade DNA e SMPB terem sido feitos completamente fora do prazo e depois que a CPI começou suas investigações. As alterações de documentos e balanços que Valério estaria fazendo para atrapalhar as investigações da polícia e da CPI levaram Serraglio a pedir na terça a prisão do empresário. O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, porém, afirmou que o inquérito não tem elementos suficientes que justifiquem o pedido de prisão.
Para sustentar sua posição, Serraglio destacou os dados do laudo pericial solicitado pela CPI ao Instituto de Criminalística sobre os registros contábeis e movimentações financeiras das empresas de Valério. O laudo, entregue em 29 de novembro, afirma que tanto a Polícia Federal quanto a CPI estão tendo dificuldades para rastrear a origem e o destino dos recursos e atribui essa dificuldade a constantes alterações na documentação e registros contábeis.
– As análises e os resultados periciais futuros podem ser afetados de maneira que a verdade não transpareça– diz o laudo.
O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) viu com desconfiança a reação do procurador-geral.
– Pela pressa com que ele respondeu, parece que já havia uma opinião prévia, uma ordem para não prender ninguém – disse.
Paes, que esteve presente na reunião com a Polícia Federal, disse que o delegado Luiz Flávio Zampronha afirmou ter elementos para pedir a prisão de Valério e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
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