| 07/03/2002 07h16min
A prévia do PMDB para definir se o partido terá candidato próprio à Presidência da República, marcada para o dia 17, deverá ser contestada na Justiça. O motivo é a briga entre a direção nacional do PMDB, favorável à aliança com o PSDB nas eleições de outubro, e a ala do partido que faz oposição ao governo.
Cada facção resolveu fazer uma convenção extraordinária para ratificar as prévias do PMDB. A da executiva nacional foi agendada para esta sexta-feira, dia 8, em Brasília, e a da ala oposicionista, ocorreu domingo, em São Paulo.
– A nossa convenção é que vai valer – afirmou o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP). – Vamos simplesmente ignorar essa convenção de São Paulo – disse o líder do PMDB na Câmara, deputado Geddel Vieira Lima (BA).
– A executiva nacional boicotou nossa convenção porque estava apostando que não conseguiríamos quórum – disse o vice-presidente do partido, deputado Cezar Schirmer.
Depois do sucesso da convenção dos oposicionistas, a cúpula do PMDB começou uma ampla mobilização do partido para garantir quórum na convenção extraordinária marcada para amanhã. O presidente do partido quer garantir a presença maciça dos delegados para deixar sem respaldo jurídico e político a convenção realizada pelos dissidentes. A convenção extraordinária de São Paulo confirmou a realização de prévias no PMDB no dia 17.
A cúpula do partido obteve da Justiça uma liminar para impedir a realização do encontro, mas foi derrotada. Na convenção, a ala dissidente aprovou uma redução no quórum das prévias. Decidiu que serão necessários apenas os votos de 20% dos 16 mil convencionais para definir a candidatura própria do partido. Já os governistas do PMDB querem que o quórum seja, no mínimo, de 50% mais um.
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