| 06/12/2005 22h47min
O Caxias agoniza. Depois de ter sido rebaixado para a Série C do Brasileirão, o tradicional clube gaúcho chega ao final do ano sem perspectivas de melhora. Pelo contrário. Faltam jogadores, os salários estão atrasados e as dívidas se acumulam. Há mais de ano o clube não paga o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de vários funcionários e há risco de parte do patrimônio ir a leilão.
A reapresentação dos atletas na segunda, dia 5, era um perfeito retrato do abandono. Sem dirigentes para receber os 11 jogadores que compareceram no Centenário para o primeiro dia de treinos, sobrou para a comissão técnica conversar com o pequeno grupo.
Sem diretor ou vice de futebol para comandar o grupo, e com uma completa indefinição com relação a quem assume a presidência no ano que vem, o Caxias vive num limbo: os dirigentes não falam, a comissão técnica desconversa, os jogadores reclamam.
– Pior foi ter que vir várias vezes aqui antes de entrar em férias com a promessa de receber, e sempre acabava sendo adiado o pagamento – reclama um dos jogadores, que prefere não se identificar temendo algum tipo repreensão.
Há poucos dias, o Caxias perdeu o meia Éder Lazzari para o Farroupilha de Pelotas. O jogador reclamou da falta de salários e preferiu ir para um clube com menor tradição, mas que paga em dia. O mesmo ocorreu com o volante Toto, que se transferiu para o Glória, de Vacaria.
Alguns funcionários revelaram que já andam fazendo bicos para sobreviver. Um deles, que prefere ter a identidade preservada, encontrou a saída para as dificuldades financeiras em razão do atraso nos salários trabalhando em obras durante as férias.
As dívidas trabalhistas e fiscais se acumulam, variando entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões, segundo diferentes versões. Nesta quinta, o Caxias faz uma nova reunião. Desta vez o encontro será com conselheiros antigos e mais influentes para tentar viabilizar uma saída econômica para o clube. Falta cerca de um mês para o início do Gauchão 2006.
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