| 06/03/2002 10h03min
Os colégios particulares de Caxias do Sul estão esvaziando. A crise econômica, que também atinge a classe média, é apontada pelos diretores de escolas e sindicato de professores como a principal causa da diminuição de pelo menos 7% dos alunos dos colégios Carmo e La Salle em relação ao ano anterior. A evasão dos estudantes, que se transferem para a rede pública, provocou o fechamento de três turmas em cada uma das escolas e 45 demissões, entre professores e funcionários.
O registro de demissões nos colégios particulares é tão pontual que já faz parte do calendário. “Mas, neste ano, houve uma superação, principalmente no Carmo e no La Salle”, adverte o coordenador de trabalho do Sindicato dos Professores de Caxias do Sul (Sinpro), José Carlos Monteiro. Segundo ele, a maioria dos demitidos trabalhava há mais de 12 anos, o que tornava os salários mais altos por causa do quadriênio – um bônus de 3% sobre o salário a cada quatro anos. Outro fator apontado pelo sindicato é que o número de alunos do ensino médio que migram das escolas particulares para as públicas tem aumentado gradativamente.
– Em momentos de crise, a solução é racionalizar, então acontecem as demissões – explica Monteiro.
Apesar de prejudiciais, elas são legais, e não há nada que o sindicato possa fazer. “Muitos desses professores têm experiência e não terão dificuldade para encontrar escolas, mas é de lamentar que as demissões aconteçam agora que as aulas já começaram.” A justificativa das escolas é de que, com a diminuição dos alunos, não haveria como manter o mesmo número de turmas e professores. “Precisamos redimensionar o quadro de pessoal”, defende-se o diretor do Carmo, Valdir Ludwig, que diz ter sido obrigado a fechar a turma de 1º ano do ensino médio noturno porque apenas seis alunos estavam matriculados.
No La Salle, o diretor, Ivan José Migliorini, diz que a redução dos alunos vem se repetindo a cada ano. “Principalmente nas turmas de pré-escola a 4ª série, registramos a diminuição gradual.” O resultado da crise não poderia ser outro. Três turmas do ensino fundamental tiveram de ser fechadas. “A família procura suprir as necessidades básicas e acaba deixando a educação para segundo plano”, analisa Migliorini.
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