| 01/12/2005 17h44min
O programa de regionalização sanitária da avicultura brasileira deve entrar em vigor em janeiro de 2006. O anúncio foi feito nesta quinta, dia 1º de dezembro, pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Roberto Rodrigues participou da Conferência Hemisférica de Vigilância e Prevenção da Influenza Aviária, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
Até o próximo dia 15 a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) apresentará o plano ao ministro e aos representantes da cadeia produtiva de aves. Rodrigues ressaltou também que o governo, em parceria com os Estados e o setor privado, está adotando todas as medidas necessárias para evitar a entrada da gripe do frango no Brasil.
Conforme o ministro, a elaboração do programa de regionalização sanitária da avicultura brasileira não foi concluída porque algumas questões jurídicas estão sendo avaliadas, principalmente as relacionadas ao trânsito de animais de uma região para outra.
¿ Até 15 de dezembro o assunto será encaminhado e decidido.
O plano foi proposto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pela União Brasileira de Avicultura (UBA) como forma de definir o status sanitário das diferentes regiões avícolas e de reforçar o sistema de proteção contra doenças como a newcastle e a influenza aviária.
Rodrigues lembrou que o ministério instituiu um grupo interinstitucional formado pelos setores público e privado para propor medidas preventivas contra a doença. Entre elas, a instalação de detectores de material orgânico e incineradores nos aeroportos internacionais, monitoramento das rotas de migração de aves no país, vigilância das propriedades localizadas num raio de 10 quilômetros das invernadas dos animais migratórios e criação de fundos privados para ações emergenciais, caso ocorra a influenza no Brasil.
¿ Além disso, foi elaborado um manual com as providências que devem ser adotadas numa situação de emergência sanitária.
O ministro destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou um grupo interministerial para propor e articular a implementação de ações preventivas de vigilância sanitária numa eventual ocorrência de gripe aviária no país.
¿ Esse grupo, coordenado pelo Ministério da Saúde, trabalha para preparar o Brasil para enfrentar uma possível pandemia em humanos. A única forma de evitar a doença é adotando medidas de proteção ¿ assinalou.
De acordo com Rodrigues, a prevenção contra a influenza é essencial para o país continuar liderando as exportações mundiais de frango. Em 2004 os embarques de produto, destinados a 141 mercados, somaram US$ 2,8 bilhões, representando 2,5 milhões de toneladas.
¿ Hoje a cadeia produtiva de avicultura gera quatro milhões de empregos diretos, o que justifica a preocupação do governo com a gripe do frango.
Uma eventual ocorrência da doença, acrescentou, prejudicaria as exportações, causaria desemprego e teria um efeito sobre outros setores da agricultura, como o do milho, principal alimento das aves. Esses números, enfatizou Rodrigues, reforçam a necessidade do país se prevenir contra a doença. Para tanto, prosseguiu, é preciso que haja sintonia entre todos os segmentos envolvidos com a cadeia produtiva.
¿ O êxito das campanhas oficiais de defesa sanitária depende do compartilhamento de ações entre os governos federal, estadual e o setor privado.
Promovida pelo Mapa, Organização Pan-Americana de Saúde (OPS), UBA, Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef), Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA) e Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Alimentação (FAO), a conferência começou na quarta e termina na sexta-feira. O evento reúne representantes da cadeia produtiva de aves e especialistas brasileiros e estrangeiros em sanidade animal.
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