| 30/11/2005 21h05min
Em sua defesa na Câmara, o deputado José Dirceu (PT-SP) disse novamente que está ameaçado de perder o mandato por motivos políticos. Por isso, segundo ele, a Câmara não deve votar a favor de sua cassação.
– Nenhum tribunal aceitaria a perda de mandato de um parlamentar por motivos políticos, pois isso seria um fato estranho à democracia e às leis brasileiras. Eu não posso ser cassado por minha história, pois tenho as mãos limpas e não sou réu confesso.
Ele afirmou há pouco que não tem medo do julgamento dos seus pares.
– Os deputados e o Brasil me conhecem: fui líder estudantil, vivi na clandestinidade durante a ditadura e nunca fui processado; a Câmara sabe que eu não fui o chefe do mensalão – disse, dizendo que não vai assumir o que não fez.
– O que houve foi o repasse irregular de recursos de campanha do PT para partidos aliados, mas o PT já está respondendo por isso – ressaltou.
O deputado disse que foi injustiçado "ao ser transformado da noite para o dia no chefe do mensalão", e que vai continuar lutando para provar a sua inocência mesmo se vier a perder o mandato.
Dirceu disse que a pior coisa de sua vida foi ter saído do governo Lula, no qual foi ministro-chefe da Casa Civil, para fazer sua defesa na Câmara. Na avaliação dele, o governo Lula pode ter cometido erros, mas "tem mais créditos do que débitos".
Ele também acusou a imprensa de ser partidária e disse que não seria justo perder o mandato por causa de sua personalidade.
– Não posso ser cassado por não ter atendido telefonemas e por não ter marcado audiências; isso seria uma violência contra os meus 40 anos de vida pública – ressaltou.
Dirceu foi aplaudido quando pediu que cada deputado votasse conforme sua consciência sobre o processo aprovado pelo Conselho de Ética da Casa que pede a sua cassação.
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