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 | 29/11/2005 09h50min

Nova ministra da Economia argentina divide opiniões

Felisa Miceli assume o posto de Roberto Lavagna na próxima quinta

A notícia de que Felisa Miceli é a nova ministra da Economia da Argentina gerou diferentes reações entre economistas, empresários e investidores. Uns a vêem com receio, por ser uma figura "discreta". Outros, que a conhecem, dizem que ela é uma profissional preparada para o cargo.  A única coisa em que todos concordam é que a chegada de Felisa não mudará o rumo econômico do governo Kirchner.

Os mercados não ficaram indiferentes às mudanças. O índice Merval da Bolsa de Buenos Aires teve queda de 4,48%. O dólar teve alta de US$ 0,04 e os bônus públicos do país caíram 2%.

Para o analista da bolsa Jorge Alberti, "a reação contrária não foi tanto pela notícia, porque de algum modo se esperava que Lavagna saísse do Ministério, mas por ser inesperada e todos se surpreenderem com o nome de Felisa Miceli como substituta".

– Os investidores conhecem pouco Miceli, que conseguiu bons resultados no Banco Nación, mas não tem relevância internacional e levará um tempo para gerar confiança nos mercados – declarou.

Entre os empresários, as opiniões também são divergentes. Para o presidente da Sociedade Rural, Luciano Miguens, a mudança de ministros é "um sinal inoportuno que pode afetar o mercado externo". O titular da Câmara de Comércio e Indústria, Miguel Schiaritti, viu a alteração como “muito arriscada”.

O titular da União Industrial Argentina, Héctor Méndez, avalia que a dupla Kirchner e Miceli não será tão bem-sucedida quanto a formada com Lavagna.

O líder da Federação de Câmaras Empresarias, Rubén Manusovich, que reúne pequenos empresários e comerciantes, foi o único a acenar com um elogio:

– Chegou o fim dos ministros estrelas que, na prática, são lobistas e fiéis defensores dos interesses das grandes empresas.

O presidente da Confederação Geral Econômica, Marcelo Fernández, declarou que o desafio agora é "conter a inflação para que o processo de 'reindustrialização' se consolide e sejam atraídos os investimentos necessários para gerar trabalho e desenvolvimento".

Além da alta inflacionária, Miceli também deverá enfrentar outras questões pendentes, como as altas taxas de desemprego e pobreza, e retomar as negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

AGÊNCIA EFE
 

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