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 | 24/11/2005 15h35min

Depoimento de advogado na CPI dos Bingos irrita senadores

José Jorge afirmou que Cambraia Júnior poderia até mesmo sair preso

Senadores ficaram irritados hoje com o depoimento do advogado Hélcio Barbosa Cambraia Júnior na CPI dos Bingos. Diante das negativas e sucessivas respostas evasivas do depoente, o senador José Jorge (PFL-PE), líder da minoria no Senado, afirmou que Cambraia Júnior estava mentindo e poderia até mesmo sair preso da sessão.

O depoente, dono do escritório Hélcio Cambraia Advogados, de Belo Horizonte, é suspeito de envolvimento nas negociações entre a empresa Gtech e a Caixa Econômica Federal (CEF) que culminaram com a renovação de um contrato de R$ 650 milhões.

Cambraia Júnior negou, no entanto, ter recebido recursos da MM Consultoria, uma das empresas da multinacional norte-americana Gtech. O advogado disse também não conhecer o empresário de jogos Carlos Cachoeira e nem ter trabalhado com o advogado Valter Santos Neto. Neto, segundo o senador Garibaldi Alves Filho, relator da CPI dos Bingos, teria ganho da Gtech R$ 5 milhões, quando uma Medida Cautelar no Superior Tribunal de Justiça impediu a Caixa de fazer uma licitação para renovação do contrato de serviços - até então prestados pela Gtech.

José Jorge fez um pedido à mesa para que a Ordem dos Advogados (OAB) fosse consultada e desse seu parecer sobre o contrato da Gtech com a Caixa, bem como dos três valores depositados por Valter dos Santos, "exatamente um dia depois de receber valores da Gtech para Cambraia Júnior".

A CPI dos Bingos aprovou requerimentos para convocar Paulo de Tarso Venceslau, ex-secretário de Finanças dos municípios de Campinas e São José dos Campos; Roberto Teixeira, representante da Consultoria para Empresas e Municípios, apontada por uma auditoria como responsável por irregularidades nessas prefeituras; Adelmar de Miranda Torres, subchefe-adjunto de Coordenação da Ação Governamental, na Casa Civil, e citado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF) como um dos principais responsáveis pelo prejuízo causado à CEF pelo contrato com a Gtech; José Lindolso de Albuquerque Filho, ex-diretor Comercial da Caixa, e mais Etelmino Alfonso Pedrosa e Afrânio de Melo Nabuco de Araújo, ambos consultores da Gtech.

AGÊNCIA O GLOBO

 

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