| 22/11/2005 23h43min
O presidente do PP, deputado Pedro Corrêa (PP-PE), negou hoje, em depoimento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, ter recebido vantagens indevidas no suposto esquema do mensalão. Corrêa foi ouvido como acusado – responde a processo no Conselho por quebra de decoro parlamentar – e como testemunha no processo contra outro deputado do partido, Pedro Henry (MT).
Corrêa reiterou que recebeu R$ 600 mil do empresário Marcos Valério – em saques feitos pelo assessor do partido, João Cláudio Genu – e outros R$ 100 mil em espécie, pagos pela diretora financeira da SMP&B, Simone Vasconcelos. Ele informou que o dinheiro foi utilizado para pagamento dos honorários do advogado Paulo Goiás,que defende o deputado Ronivon Santiago (PP-AC) em 36 processos judiciais no Acre. A negociação do pagamento, segundo Pedro Corrêa, foi feita entre o líder licenciado do partido, José Janene (PR), e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
Convocado pelo Conselho, o assessor João Cláudio Genu também foi ouvido hoje, nos processos contra Corrêa e Henry, que foi líder do PP e é acusado de estar envolvido no esquema. Genu confirmou que o dinheiro se destinava ao pagamento de advogado para Ronivon Santiago. E informou que conheceu Marcos Valério no gabinete do deputado Janene.
– Ele esteve lá por três ou quatro vezes – afirmou.
João Cláudio Genu também disse que se responsabilizava por saques no valor de R$ 700 mil e que, após sacar os recursos, os entregava na sede do PP, no 17º andar do Senado, mas desconhecia o destino do dinheiro.
Lista apresentada à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do Mensalão pelo empresário Marcos Valério de Souza atribui a Genu saques de R$ 4,1 milhões. Ele desmentiu esse valor.
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