| 22/11/2005 14h08min
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse que não faltam recursos para as necessidades de todos os ministérios do governo. Em depoimento na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, o ministro disse que os atrasos em algumas obras de infra-estrutura, como a da BR-101, ocorrem por causa de processos judiciais ou por problemas no licenciamento ambiental.
– Digo com toda a segurança que não faltam recursos para todas as necessidades dos ministérios – afirmou Palocci.
A declaração ocorre uma semana após as críticas da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, em relação ao ajuste fiscal de longo prazo definida por Palocci e a ausência de recursos para investimentos.
Segundo Palocci não há qualquer contingenciamento de recursos principalmente para as obras incluídas no Plano Piloto de Investimentos (PPI) do governo federal.
Em resposta a críticas feitas pelo deputado Francisco Donelles (PFL-RJ) à política monetária do governo Lula, o ministro enfatizou que todo o combate à inflação tem custos que, no entanto, geram resultados positivos para a economia.
Nas questões encaminhadas ao ministro, Dornelles considera que o Banco Central exagerou na dose da política monetária e que esse exagero neutralizou a política fiscal do governo. Segundo o deputado, de janeiro a setembro, o governo obteve um superávit primário de R$ 78 bilhões a duras penas e á custa do sucateamento e abandono de áreas como educação, saúde, saneamento e forças armadas, entre outras.
Dornelles assinalou ainda que esse superávit acabou virando um déficit nominal de R$ 21 bilhões, devido a despesas de juros, e manifestou apreensão de que o aumento do superávit pretendido pelo governo seja obtido à custa de aumento de impostos.
– Todos as experiências mundiais bem-sucedidas até agora em termos de política monetária tiveram como ponto comum o esforço de longo prazo para conter despesas – acrescentou.
Palocci esclareceu ainda que o
governo não pretende aumentar o superávit de imediato, mas sim que seja estendido ao longo do tempo, para não ser preciso aumentá-lo.
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