| 14/11/2005 17h06min
A Rede dos Laboratórios Nacionais Agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está recebendo um aporte de R$ 37 milhões. Os recursos serão utilizados para a compra de novos equipamentos.
O valor será repassado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia à Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura. Conforme o ministro Roberto Rodrigues, a modernização da rede de laboratórios aumentará a eficiência, a confiabilidade e a rapidez das análises. Rodrigues destacou o esforço conjunto do governo federal para garantir a melhoria da capacidade dos laboratórios.
– Esta ação foi possível graças ao empenho e compreensão da ministra Dilma Roussef (Casa Civil), do ministro Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) e do ministro Paulo Bernardo (Planejamento, Orçamento e Gestão).
Ao justificar a necessidade de reforço no orçamento do sistema laboratorial, Rodrigues explicou que a estrutura requer equipamentos, metodologias e gestão condizentes com as exigências dos acordos internacionais nas áreas zoosanitárias e fitossanitárias.
– Laboratórios de alta segurança são fundamentais em processos envolvendo doenças como febre aftosa, influenza aviária, peste suína clássica , newcastle, entre outras – disse Rodrigues.
Segundo o ministro, os países desenvolvidos têm exigido que os laboratórios brasileiros sejam aptos a procederem análises equivalentes aos adotados em seus territórios. A União Européia, por exemplo, tem equipamentos de captura de resíduos em produtos de origem animal mais precisos que os atualmente utilizados pelo Brasil.
Rodrigues acrescentou que essa defasagem leva ao aumento dos questionamentos dos países importadores em relação aos produtos brasileiros, principalmente em razão da detecção de resíduos fora dos limites aceitáveis (LMR).
– A diferença ocorre porque, embora dentro da capacidade dos equipamentos que hoje dispomos, os importadores acabam detectando resíduos fora destes limites.
O ministro destacou também que a inexistência de laboratórios de referência com reconhecimento internacional para doenças de bovinos e aves não condiz com a liderança do Brasil na exportação mundial de carnes.
– Várias missões estrangeiras têm recomendado a necessidade de urgente adequação tecnológica dos nossos laboratórios, por meio da substituição de equipamentos e da atualização das metodologias de trabalho.
A rede laboratorial do Ministério da Agricultura engloba seis laboratórios nacionais agropecuários (Lanagro), localizados em Pedro Leopoldo (MG), Porto Alegre (RS), Goiânia (GO), Curitiba (PR), Recife (PE) e Campinas (SP). Outras unidades regionais estão localizadas nos estados de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Pará, Amazonas e Ceará.
A coordenadora geral de Apoio Laboratorial do Ministério, Maria Soares Artiaga, explicou que os laboratórios realizam, entre outras atividades, o controle de diagnóstico animal e vegetal, controle de qualidade e identidade de produtos de origem animal, vegetal e de insumos agropecuários. No ano passado foram realizadas na área animal cerca de 3 milhões de análises.
Artiaga afirmou que a substituição dos equipamentos vai melhorar a performance.
– Estes laboratórios hoje estão sucateados, pois os equipamentos têm em média de 15 a 20 anos de uso. Neste período, houve uma expressiva evolução tecnológica que queremos agora recuperar. Hoje existem técnicas que em poucas horas dão o resultado de análises laboratoriais – explicou a coordenadora.
Artiaga acrescentou que os novos equipamentos permitirão, por exemplo, maior rapidez em diagnósticos de febre aftosa.
– Se surge um foco e se espalha rápido, o controle também será rápido – destaca, lembrando que a demora nos resultados compromete toda a ação de defesa no campo.
A compra dos equipamentos se dará por meio de pregão. A SDA reúne seus especialistas nesta semana para elaboração dos processos. A descrição dos equipamentos será disponibilizada na internet para que as empresas interessadas façam suas propostas.
– É uma forma mais rápida, transparente, de menor custo e que otimiza os recursos dentro das normas de compras do governo federal – comentou a coordenadora.
Com esses investimentos o Ministério passará a contar com laboratórios de biossegurança voltados para doenças de bovinos (em Pedro Leopoldo) e de aves (em Campinas). Nos laboratórios de biossegurança é possível a análise e manipulação de vírus inexistentes ou extintos no Brasil, sem risco de sua disseminação no meio ambiente.
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