| 09/11/2005 19h59min
Mais de dois mil caminhões aguardam a liberação de cargas em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, na fronteira com a Argentina. Os fiscais federais agropecuários estão em greve desde a última segunda, dia 7. Em São Borja, também na fronteira, mais de cem caminhões estão parados, afirma o delegado federal do Ministério da Agricultura e do Abastecimento no estado, Francisco Signor.
– A situação está ficando complicada porque a greve dos fiscais só não é total no Estado porque 30 servidores atuam na divisa com Santa Catarina e Paraná para controlar cargas que possam transmitir a febre aftosa. Os demais estão parados e ignoraram a determinação da Justiça Federal para encerrar a paralisação – diz.
Segundo informações do assessor de imprensa do porto de Rio Grande, Alan Bastos, nenhum navio deixou de zarpar por falta de fiscalização porque "estão sendo embarcadas as cargas que já chegaram ao porto certificadas na origem". Ele explica que somente as cargas importadas – que já somam US$ 15 milhões – estão paradas no porto por falta de fiscalização. O delegado federal Francisco Signor afirma que enviará amanhã os fiscais que não aderiram à greve para liberar as cargas no porto.
O coordenador do comando de greve dos fiscais federais agropecuários, Antonio Ângelo Amaral afirma a categoria fará nova assembléia na sexta-feira para discutir a manutenção da greve.
Entre as reivindicações da categoria estão o descontigenciamento de recursos para o Ministério da Agricultura em 2005 e 2006, realização de concurso público para o cargo de fiscal agropecuário federal, criação de uma escola superior para treinamento dos fiscais, além de readequação do salário da carreira. A categoria tem 13 níveis, cuja remuneração vai de R$ 2.800 a R$ 4.021. A Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa) pede que o piso seja elevado para R$ 4.140 e a remuneração do último nível passe para R$ 5.900.
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