| 08/11/2005 18h48min
A crise deflagrada com os anúncios de focos de febre aftosa no país começa a refletir no preço do suíno vivo em Santa Catarina. A queda no valor do quilo chega a 15% ou até R$ 0,40 para os produtores independentes no Estado.
Com as barreiras sanitárias impedindo a circulação de animais entre os Estados brasileiros, há sobra do produto no mercado interno.
A excessa de oferta fez com que o quilo do suíno vivo, que estava cerca de R$ 2,30 para os produtores independentes, caísse para R$ 1,90 ou R$ 1,95.
Segundo a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), além de garantir 70% das exportações brasileiras de carne suína, Santa Catarina também é responsável pelo envio de 10 mil animais vivos por mês para serem abatidos em outros Estados, principalmente em São Paulo.
A boa notícia, segundo o presidente da ACCS, Wolmir de Souza, é que o governo de São Paulo deve assinar até quinta-feira, uma instrução normativa que permitirá àquele Estado receber suínos vivos de Santa Catarina, desde que o transporte seja realizado por corredores sanitários.
– Quando isso ocorrer, poderemos recuperar os preços em, no máximo, 20 dias – disse Souza.
O presidente do Sindicato da Indústria da Carne (Sindicarne), Ricardo de Gouvêa, afirmou que entre as agroindústrias a queda é de R$ 0,15. O valor do quilo estava em torno de R$ 2,05 e passou a R$ 1,90.
No entanto, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo, disse que as exportações de carne suína não foram afetadas pela aftosa e o preço do produto no mercado mundial continua o mesmo.
– Com exceção da perda de mercados pequenos, como Argentina e África do Sul, as exportações de carne suína estão indo muito bem, sem reflexo da crise da aftosa – afirmou.
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