A Oktoberfest teve sua primeira edição em 1984 e logo demonstrou que seria um evento para entrar na história. Em apenas 10 dias de festa, 102 mil pessoas foram ao, então, Pavilhão A da Proeb, número que na ocasião representava mais da metade da população da cidade. O consumo de chope foi de quase um litro por pessoa. No ano seguinte, a festa despertou o interesse de comunidades vizinhas e de outras cidades do país. O evento passou, então, a ser realizado em dois pavilhões.
O sucesso da Oktoberfest se consolidou na terceira edição e tornou-se necessário a construção de mais um pavilhão e a utilização do ginásio de esportes Sebastião da Cruz – o Galegão – para abrigar os turistas vindos de várias partes do Brasil, principalmente da região Sudeste, e também de países vizinhos. O evento acabou fazendo de Blumenau o principal destino turístico de Santa Catarina no mês de outubro.
Mas, para quem não sabe, a Oktoberfest não é só cerveja. Durante 18 dias de festa os blumenauenses mostram para todo o Brasil a sua riqueza cultural, revelada pelo amor à música, à dança e à gastronomia típica, que preservam os costumes dos antepassados vindos da Alemanha para formar colônias na região Sul. O turista confere a cultura germânica pela qualidade da festa, dos serviços oferecidos, através de sociedades esportivas, recreativas e culturais, dos clubes de caça e tiro e dos grupos de danças folclóricas. Todos eles dão um colorido especial ao evento, nas apresentações, nos desfiles pelo centro da cidade e nos pavilhões da festa, por onde circulam, animando os turistas e ostentando, orgulhosos, os seus trajes típicos.
São por essas características que a festa blumenauense, versão consagrada da Oktoberfest de Munique, transformou-se, a partir de 1988, numa promoção que em suas 24 edições reuniu mais de 16 milhões de pessoas no Parque Vila Germânica, antiga Proeb. E foi, também, a partir dela que outras festas surgiram em Santa Catarina, tendo a promoção de Blumenau como carro-chefe, fato que acabou por tornar o território catarinense no caminho preferido dos turistas no mês de outubro.
A Oktoberfest de Blumenau, um dos eventos mais populares do Brasil, foi inspirado na festa homônima alemã, que teve origem em 1810 em Munique. Tudo começou em 12 de outubro de 1810, quando o Rei Luis I, mais tarde Rei da Baviera, se casou com a Princesa Tereza da Saxônia. Para festejar o enlace foi organizada uma corrida de cavalos. O sucesso foi tanto, que a festa passou a ser realizada todos os anos com a participação do povo da região. Em homenagem à princesa, o local foi batizado com o nome de Gramado de Tereza. A festa ganhou uma nova dimensão em 1840, quando chegou a Munique o primeiro trem transportando visitantes para o evento. Passaram a ser montadas barracas e promovidas várias atrações.
Neste local apareceram também os primeiros fotógrafos alemães, que ali encontraram um excelente ambiente para fazerem suas exposições. A cerveja, proibida desde os primeiros anos, só começaria a ser servida em 1918. Logo depois, os caricaturistas já retratavam a luta pelos copos cheios de cerveja e pela primeira vez se pode apreciar nas telas dos cinemas a festa das mil atrações.
Por conseqüência das guerras e pela epidemia de cólera, a Oktoberfest deixou de ser realizada 25 vezes. De 1945 até hoje, aconteceu ininterruptamente. Atualmente, a Oktoberfest de Munique recebe anualmente um público de quase 10 milhões de pessoas. O consumo de cerveja chega a 7 milhões de litros.
Em Blumenau, os 18 dias de festas atraem anualmente um público superior a 700 mil pessoas, em média, e não há quem não se encante com os desfiles, com a participação dos clubes de caça e tiro ou com a apresentação dos grupos folclóricos. O segredo para este sucesso é simples: a Oktoberfest de Blumenau é um produto que se mantém autêntico, preservando as tradições alemãs trazidas pelos colonizadores há 150 anos. E são as belezas desses traços que conquistaram o país inteiro.
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