Oktoberfest 2008 | 24/10/2008 11h21min
Abro a porta e sou recepcionado por uma modelo que estampa as páginas da Playboy deste mês. Depois, um garçom insiste a todo instante em me servir um chope bem geladinho, com colarinho e tudo.
- Não, muito obrigado.
- Quem sabe um refrigerante então?
- Agradecido, mais tarde talvez.
E o que dizer então da comida, uma mesa farta com todo tipo de quitute, desde os típicos até os tradicionais cubinhos de queijo. Sim, caro leitor, recebi todos estes agrados ao aceitar o convite do pessoal do Oktoberzeitung, caderno especial do Jornal de Santa Catarina sobre a festa, para matar a saudade dos tempos de repórter e responder como é a Oktoberfest vista do alto dos camarotes. Mas não, não estou com essa bola toda. A recepção acima é comum aos que freqüentam os espaços, geralmente lotados.
E afinal, é melhor ou pior do que curtir a folia no chão da Vila Germânica? Primeira conclusão: é uma festa dentro da festa. Afinal, por lá não é exceção, é regra mulheres desfilando pra lá e pra cá, por exemplo, com saltos inacreditavelmente altos. Em um dos camarotes, música alemã passa longe. E a dos pavilhões é abafada pelo batidão de uma pista de dança.
- Adorei! Não gosto muito de música alemã e do aperto lá de baixo, então aqui está perfeito - disse a estudante Caroline Mann, 19 anos, que preferiu não dar 18 dias de férias à rotina de festas eletrônicas.
Os amigos Fernanda Hille e Kleyton Alves, 22, de Jaraguá do Sul, deram outra visão:
- Ficamos um pouquinho em cada ambiente. E o melhor, aqui bebemos de graça.
E eles não estão sozinhos. É claro que por lá também circulam pessoas interessadas em contatos comerciais (incluindo os donos dos camarotes, claro), os que não gostam de tumulto e até quem prefere ostentar uma suposta condição de VIP. Mas a imensa maioria, sobretudo entre a garotada, quer mesmo é aproveitar a boca-livre, comendo e bebendo sem gastar um mísero realzinho.
É o caso dos amigos Filipe Reichert, 21, Paulo Ricardo Pereira, 21, e Eloy Queija, 22, todos de Blumenau. Enquanto dividiam espaço no camarote da prefeitura, faziam, entre cachorros-quentes e chopes (que nunca precisam ser tomados até o fim, quando ficam quentes), planos para a "hora de descer".
- Aqui não tem mulher, então ficamos um pouco e depois voltamos para os pavilhões - diz Filipe.
Mas como nem todo camarote é, digamos, um primor de popularidade, eles também acabam servindo a outro propósito. Rodrigo Bagio, 20 anos, de Ponta Grossa (PR), e Joselenie Francener, 24, de Jaraguá do Sul, tinham acabado de se conhecer. E enquanto se conheciam melhor em um cantinho bem vazio, foram surpreendidos.
- Nossa, é um camarote, é? Achei que fosse um espaço para descansar - disse a garota.
- De qualquer forma, aqui em cima é melhor para namorar. Não gosto muito de tumulto e além disso por aqui gasto menos - explicou Rodrigo.
Ah, bom.
JORNAL DE SANTA CATARINA
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