Oktoberfest 2008 | 16/10/2008 08h49min
Tirar férias em janeiro ou fevereiro pode ser uma boa para quem gosta do verão. E para quem é apaixonado por Oktoberfest? A pergunta até dispensa resposta. Mas só escolhe o mês de outubro quem prefere a diversão ao descanso. É o que faz o blumenauense e funcionário público Fábio Müller Otteckir, apaixonado pela festa desde criança.
Aos 28 anos, ele garante ter ido a todas as edições e está pronto para comemorar o aniversário de 29 anos durante a 25ª - ele nasceu dia 20 de outubro.
As lembranças da infância e adolescência estão mesmo na memória. Fábio tem poucas fotos da época. Com o passar dos anos, o gosto pela festa só aumentou, na mesma proporção da preocupação da mãe, Anésia Müller.
- Achei que o gosto pela Oktober era passageiro, mas estava enganada. A cada ano ele fica mais animado - conta.
Basta ver ou conversar com Fábio para não ter dúvidas. Para ele, o único defeito da Oktober é durar pouco. Acaba uma, começa a contagem regressiva para a próxima.
Nascidos em 1984
A jornalista Clarissa Bittencourt, 24 anos, nasceu com a Oktoberfest, em 1984. Ela chegou em julho e com apenas três meses já foi aos pavilhões. Voltou todos os anos. Primeiro levada pelos pais, com a irmã Ana Paula, depois pelos próprios passos.
- Levava ela (Clarissa) no carrinho, ainda pequena. Mas como era difícil levar todos os dias, eu deixava com a avó. Toda vez ela chorava e pedia para ir junto - lembra a mãe, a dona-de-casa Zenaide Bittencourt, 57 anos.
Quando ficaram maiores, as irmãs passaram a desfilar na Rua XV, sempre de traje típico. O corpete era amarrado conforme o estado civil: solteiras de baixo para cima e casadas de cima para baixo.
Clarissa confessa que não usa a vestimenta toda a vez que vai ao Parque Vila Germânica, mas procura manter a tradição participando dos desfiles.
Nova vida após a Oktoberfest
A advogada Ellen Jeane Schuld, 35 anos, ainda era uma criança quando viu a Oktoberfest transformar lágrimas em sorrisos. Aos 11 anos, ela chorava devido aos danos causados pela enchente de 1984 quando foi consolada pelo pai, o músico Manfredo Schuldt (falecido em 2004):
- Ellen, não chora. Vão fazer uma festa aqui em Blumenau que vai nos fazer esquecer essa tristeza toda. A partir de outubro só teremos alegria.
As palavras do pai encheram a menina de esperança. Então, desde a primeira edição, Manfredo e Rute (a mãe) passaram a levar Ellen e as outras duas filhas para a Oktober.
Virou tradição. O hábito já está na terceira geração. Sofia, filha da advogada, é apaixonada pela festa, onde estreou antes de nascer: chegou em um sábado de Oktober, dia 18 de outubro de 1997, depois de freqüentar os pavilhões na barriga da mãe.
As histórias
- Quando era criança, Clarissa ficava em casa com a avó, enquanto os pais aproveitavam a Oktoberfest. Dormia pensando na batata recheada
que estaria ao lado da cama quando acordasse - a mãe sempre lembrava da
"encomenda".
- A mãe de Clarissa, Zenaide, lembra que por muito tempo a cidade viveu em função da festa. Nada mais acontecia. Dificilmente alguém marcava casamentos ou eventos para outubro. Ela mesma teve de transferir a data da primeira comunhão da filha para evitar transtornos.
- Clarissa tinha 15 anos quando deu um tremendo susto na mãe. Agendou para estar no parque em determinada hora e, quando dona Zenaide chegou, a filha estava pendurada, pronta para pular de bungee jump. O brinquedo era a sensação na época.
- Fábio é blumenauense e começou a freqüentar a Oktoberfest ainda criança, por influência de um colega de escola. Quando a festa surgiu, em 1984, ele tinha quatro anos e já demonstrava o gosto pela música e dança germânicas. Como integrante de um grupo escoteiro desfilou pela primeira vez.
- A infância na Oktoberfest era aproveitada no parque de diversões. O garoto esperava ansioso pela chegada da festa para se
aventurar em brinquedos diferentes. Na adolescência,
passou a freqüentar os pavilhões à noite.
- Em 2001, precisou escolher entre a namorada e a Oktoberfest. Preferiu a segunda opção. Até hoje, "culpa" o evento pelo estado civil: solteiro. Mas acredita que vai encontrar um grande amor na festa. Uma dica: a pretendente precisa gostar (e muito) do evento para o namoro dar certo.
- Fábio é sempre o mais velho da turma. Os amigos que o levaram para conhecer a festa já deixaram Blumenau. Depois vieram outros, que também se foram. A explicação: muitos começam a namorar, casam e diminuem a freqüência na Oktober. Por isso, o grupo de amigos já mudou várias vezes.
- Por um tempo, o "oktoberfesteiro" tentou conciliar trabalho e festa, mas não dava certo. Como em outubro a prioridade é a Oktober, ele tira férias da atividade como agente prisional da Polícia Civil em Rio do Sul. O endereço passa a ser a Vila Germânica.
- Grávida de nove meses, Ellen não deixou de ir para a Oktoberfest em
1997. Ostentando um barrigão, ela ainda participou
de um concurso que premiava o casal que comesse salsicha mais rápido. Não levou o prêmio, mas chamou muita atenção do público.
- Ellen praticou diversos esportes quando criança, principalmente de natação. Nunca ganhou nenhuma competição. Foi na Oktober que ela conquistou a primeira medalha: de campeã do chope em metro em 1994.
- Um buraco quase estragou a festa de Ellen em uma das edições da festa. Ela estava chegando (e não havia consumido bebida alcóolica) quando caiu de uma rampa de lavação, próxima a um estacionamento. A foliã ligou para os pais. Queria uma meia-calça (a que estava usando furou com a queda)! Recomposta, ela seguiu para a Oktober.
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