O presidente americano, Barack Obama, afirmou nesta segunda-feira, durante visita ao Chile —  segundo destino de sua viagem à América Latina — que os Estados Unidos vão transferir para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) o comando das ações militares na Líbia. Autoridades francesas admitiram que o seio da coligação que aplica a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a Líbia ainda não está "integrado".

— Permitam-me insistir que prevemos que essa transição seja realizada em dias, e não semanas — disse Obama, em entrevista conjunta, ao lado do presidente chileno, Sebastián Piñera.

— Como disse, nosso objetivo inicial era eliminar a defesa anti-aérea líbia para podermos estabelecer de modo efetivo uma zona de exclusão aérea e que os aviões e pilotos da coalizão não sejam ameaçados — completou.

Obama afirmou ainda que os ataques promovidos por aliados durante o fim de semana ocorreram porque havia potencial para uma crise humanitária no país.

O presidente americano reforçou que a política dos EUA é a de que o líder Kadafi precisa deixar o poder, apesar de afirmar que seu país vai se limitar a seguir a resolução da ONU, que autoriza a ação militar na Líbia especificamente para conter a ameaça humanitária representada por Muamar Kadafi contra seu povo.

— Nós decidimos que Kadafi deve sair — afirmou Obama.

DIVERGÊNCIAS

Representantes da França, Grã-Bretanha e Itália, países que integram a coalizão militar que há três dias faz ataques aéreos à Líbia demonstratam descontentamento nesta segunda-feira com o andamento da operação.

O porta-voz do Ministério da Defesa francês, general Philippe Pontiès, afirmou que a coordenação das operações é um assunto "extraordinariamente complexo", pois existe apenas no nível dos ministérios de Defesa dos aliados.

—  De momento, a coordenação existente funciona, porém, a integração facilitaria os intercâmbios entre os países.

O governo italiano, por sua vez, pediu à comunidade internacional que Otan fosse colocada à cargo da coordenação das operações.

O premiê do Reino Unido, David Cameron, também manifestou a intenção de transferir para a Otan o comando das forças de coalizão que atuam na Líbia.

— Estamos atuando sob o mando dos EUA, porém, a intenção é que transfira esse poder para a Otan — disse, de acordo com o jornal El País.


NOVA REUNIÃO DO CONSELHO

O Conselho de Segurança da ONU vai se reunir nesta segunda-feira a portas fechadas para discutir a situação na Líbia, depois das críticas da Rússia à resolução adotada na quinta-feira pelo órgão e a negativa da Alemanha em participar nas operações militares contra o regime de Kadafi.

Em um comunicado emitido no fim de semana, o ministério das Relações Exteriores da Líbia pediu uma sessão de urgência do Conselho de Segurança "depois da agressão franco-americana-britânica contra a Líbia, um Estado independente e membro das Nações Unidas".

CRONOLOGIA DOS ATAQUES
> Segunda, 21 de março
> Domingo, 20 de março
> Sábado, 19 de março

Confira o especial "Guerra na Líbia":



Veja mapa da região dos ataques:


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