| 17/03/2011 19h48min
O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta quinta-feira todas as medidas necessárias, incluindo o uso da força — com ataques aéreos —, para deter o avanço do ditador Muamar Kadafi sobre os rebeldes líbios.
O Conselho votou favoravelmente uma resolução que permite "todas as medidas necessárias" para proteger áreas civis, incluindo o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea na Líbia. O texto "estabelece uma proibição de todos os voos no espaço aéreo da Líbia de forma a proteger os civis".
A votação entre os 15 membros do Conselho foi de 10 a favor, nenhum contra e cinco abstenções. Brasil, China, Rússia, Índia e Alemanha não usaram seu direito a voto. Segundo o texto, a ONU "autoriza os Estados-membros a tomar todas as medidas necessárias para proteger os civis e as zonas habitadas por civis sob a ameaça de ataques (pelas forças de Kadafi), incluindo Benghazi". No entanto, exclui "uma força estrangeira de ocupação sob qualquer forma e em qualquer parte do território líbio".
O vice-ministro líbio das Relações Exteriores, Khaled Kaaim, afirmou que a resolução "ameaça a unidade" do país e constitui um "apelo aos líbios para que se matem". Segundo o vice, a decisão é resultado de um "complô" da comunidade internacional "guiado pela vontade de países como França, Grã-Bretanha e Estados Unidos para dividir a Líbia".
A resolução foi adotada no momento em que Kadafi anunciou um ataque sobre Benghazi, reduto dos rebeldes, prometendo "perseguir os traidores". O ministro francês de Relações Exteriores, Alain Juppé, advertiu que não há muito tempo para intervir.
— Pode ser questão de horas.
Pouco depois de a votação no Conselho ser divulgada, foram ouvidos "disparos de alegria" em Benghazi, reduto dos insurgentes na Líbia, segundo jornalistas da agência de notícias AFP. França, Grã-Bretanha e Estados Unidos empurraram os demais países membros do Conselho de Segurança a adotar esse texto.
O Líbano também contribuiu para a resolução. Paris e seus aliados preparavam-se para atuar logo depois da aprovação do texto pela ONU, declarou Juppé.
— O primeiro passo é a aprovação de uma resolução e depois, com nossos aliados, prepararemos as decisões seguintes — declarou Juppé aos jornalistas antes da reunião do conselho.
Questionado sobre se a França participaria de combates aéreos, o ministro respondeu:
— A França está pronta, junto aos outros, para levar a resolução do Conselho de Segurança à prática, inclusive nesse campo.
Por outro lado, Qatar e Emirados Árabes Unidos poderão participar de operações conjuntas contra o regime de Kadafi com um aval da ONU, disse o chefe da delegação da Liga Árabe na ONU, Yahya Mahmassani. O chefe da Força Aérea americana, o general Norton Schwartz, advertiu por sua vez que impor uma zona de exclusão aérea "não será suficiente" para deter a ofensiva das forças do líder líbio.
Site especial:
Rebeldes carregam armas no centro de Benghazi para possivel ataque de Kadafi
Foto:
Patrick Baz
/
AFP
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2011 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.