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 | 03/09/2005 17h14min

Bush envia mais 7 mil soldados às zonas atingidas pelo Katrina

Presidente tem recebido críticas por demorar a reagir

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pressionado pelas críticas que acusam seu governo de demorar na resposta à devastação causada pelo furacão Katrina, ordenou hoje o envio de mais sete mil soldados às regiões atingidas.

Os reforços chegarão "nas próximas 72 horas", e serão integrados por soldados tanto do Exército como da Marinha. Atualmente, 21 mil oficiais da Guarda Nacional participam dos trabalhos de resgate.

Fontes revelaram que o Pentágono poderia anunciar em breve a mobilização de outros dez mil soldados da Guarda Nacional, que constitucionalmente estariam aptos a participar de operações militares dentro dos EUA.

Bush fez o anúncio neste sábado em uma mensagem à nação pronunciada nos jardins da Casa Branca. Sério e preocupado, reconheceu que, apesar dos esforços, os resultados da ajuda aos desabrigados "são inaceitáveis".

– A grandiosidade do problema requer mais recursos. Nos Estados Unidos não abandonamos nossos cidadãos quando eles passam por dificuldades – disse o presidente, acompanhado pelos secretários de Defesa e Segurança Nacional, Donald Rumsfeld e Michael Chertoff.

– Completaremos a evacuação em breve e de maneira segura – disse Bush, que na sexta-feira percorreu a área atingida pelo Katrina e se reuniu com alguns dos desabrigados, a quem prometeu rápida e completa ajuda do governo federal.

– Nossa nação tem a força, os recursos e a determinação para enfrentar este desastre – disse Bush, após anunciar o envio dos novos efetivos militares que pertencem a distintas unidades de elite.

O presidente disse que já há quatro mil soldados na região e que os reforços virão da 82ª Divisão Aerotransportada de Fort Bragg (Carolina do Norte), da Primeira Divisão de Cavalaria de Fort Hood (Texas) e das divisões primeira e segunda das Forças Expedicionárias dos Marines de Camp Pendleton (Califórnia) e Camp Lejeune (Carolina do Norte).

O presidente ressaltou que, durante sua visita à região, comprovou a grande vontade das pessoas de sair desta situação e de ajudar.

– Esse espírito não pode ser quebrado – disse.

Após retornar de sua viagem pelo Golfo do México, o presidente assinou uma lei, aprovada na sexta-feira pelo Congresso, que concede US$ 10,5 bilhões em recursos adicionais para enfrentar a devastação dos estados da Louisiana, do Mississippi e do Alabama.

Bush lembrou que "as piores adversidades fazem aflorar o melhor dos EUA" e assegurou: "não pararemos até que o trabalho esteja feito". O presidente acrescentou que Nova Orleans "voltará a ser a grande cidade que era".

A Casa Branca se apressou nas últimas horas em tomar medidas que possam atenuar esta situação, que pode ter um forte impacto na economia nacional, principalmente por causa da escassez e do alto preço da gasolina.

Bush disse que o Katrina causou uma "grave interrupção das provisões energéticas" devido aos danos sofridos nas instalações petrolíferas da Louisiana e de toda a área do Golfo do México, de onde são extraídos 27% do petróleo dos EUA.

Por isso, a Casa Branca autorizou nesta semana a abertura da reserva estratégica de petróleo e durante este mês serão liberados 30 milhões de barris de petróleo. O presidente ficou muito impressionado com o nível do desastre que viu durante sua viagem pela região.

– Não me esquecerei do que vi. Esta devastação requer muito mais que um dia de atenção – reconheceu Bush durante sua breve passagem por Nova Orleans.

Talvez por isso e para demonstrar que o governo federal não se esquece dos desabrigados, Bush deve retornar à zona devastada na segunda-feira para se reunir com autoridades locais e estatais. Até lá, talvez já se tenham notícias um pouco mais concretas do número de vítimas fatais do furacão Katrina. Por enquanto, as autoridades dos três estados mais atingidos evitam fornecer números, mas asseguram podem ser milhares os mortos.

A Casa Branca, consciente de que o Katrina necessitará de sua atenção durante semanas, anunciou hoje o cancelamento da visita que o presidente da China, Hu Jintao, realizaria a Washington na próxima quarta-feira.

AGÊNCIA EFE
 
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