CHAPECÓ - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ver de perto hoje as áreas castigadas pela seca em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, que já teria causado prejuízos de R$ 6 bilhões nas regiões produtoras, com impacto

na safra nacional. A primeira visita do presidente será a Coronel Freitas, a cerca de 30 quilômetros de Chapecó, que está em situação de emergência há mais de 30 dias.

Lula visitará a propriedade de um agricultor familiar - até ontem à noite ele não havia sido escolhido entre os 1.250 produtores agrícolas do município. A estimativa é de perda integral da safra de feijão e de milho e

de 80% da produção da soja. Em Santa Catarina a estiagem já dura dois meses, mas o presidente não deve anunciar medidas, apenas reforçar o pacote de apoio aos agricultores do Sul, de R$ 408 milhões, divulgado na sexta-feira.

Por isso, o presidente não deverá encontrar manifestações hostis em Coronel Freitas. Mas os trabalhadores rurais vão aproveitar a visita de Lula e do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, para pressionar em favor da concessão de uma espécie de bolsa de emergência, de R$ 1 mil, destinada a cobrir as perdas de cada agricultor com a seca.

O seguro rural anunciado no pacote, no valor de R$ 285 milhões, só atenderá os agricultores que têm financiamento oficial, por meio do programa nacional da agricultura familiar (Pronaf). %26quot;Mas cerca de 40% dos agricultores dessa região estão fora do Pronaf e, portanto, excluídos do seguro%26quot;, afirmou ontem o secretário-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), Tomé Coletti. Ele esclareceu que a bolsa de emergência seria resultado de uma ação conjunta dos governos federal e estadual.