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 | 28/12/2004 14h22min

Equipes de resgate começam a chegar a ilhas remotas no Índico

Agências internacionais temem pela saúde dos sobreviventes

Equipes de resgate começaram a chegar nesta terça, dia 28, às remotas ilhas indianas de Andaman e Nicobar, onde mais da metade da população foi dizimada pelo tsunami que atingiu o sudoeste da Ásia no domingo. Conforme equipes de resgate, ao menos 7 mil pessoas morreram nas duas ilhas. Autoridades ainda não conseguiram fazer contato com muitas outras ilhas do grupo, que fica perto de Mianmar e da Indonésia.

Na ilha de Chowra foram encontrados apenas 500 sobreviventes entre os 1,5 mil moradores locais, informou o vice-chefe de polícia C. Vasudeva Rao. Nenhum contato foi feito até agora com duas ilhas vizinhas, que juntas tinham uma população de 7 mil pessoas.

Agências humanitárias lutam para vencer as dificuldades com a escala do desastre da tsunami na Ásia, que matou cerca de 39 mil pessoas, e a Cruz Vermelha Internacional disse que pode ter que voltar a apelar por fundos.

– A enormidade do desastre é inacreditável. Percebemos agora, ao despachar unidades de emergência, que há um grande buraco, então vamos revisar nosso pedido muito em breve – disse Bekele Geleta, chefe da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC), no Sudeste da Ásia. A IFRC emitiu um apelo imediato no domingo por US$ 6,57 milhões.

Diversos países da Ásia enviaram navios com suprimentos de emergência e médicos para as áreas devastadas. O centro nacional de sangue da Tailândia pediu suprimentos urgentes com fator negativo, mais comum entre estrangeiros. Equipes de ajuda no Sri Lanka e na Indonésia, dois dos países mais afetados, tentam evitar a disseminação de doenças.

– Centenas de milhares de pessoas lutaram para sobreviver no domingo. Agora temos que ajudá-los a sobreviver as consequências. Estamos preocupados com o fornecimento de água potável, o que é urgente nestes países, e com a prevenção de doenças. Para crianças, os próximos dias serão os mais críticos –  disse Carol Bellamy, diretora-executiva da Unicef.

O fundo da ONU para crianças emitiu alerta lembrando que os sobreviventes do Sri Lanka enfrentam uma nova ameaça: as minas terrestres desalojadas pela água. A estimativa é que existam dois milhões de minas no país.

A grande maioria das mais de 38 mil pessoas mortas na Índia, Indonésia, Sri Lanka, Tailândia, Malásia e Maldivas é de moradores locais, mas centenas de turistas que passavam o feriado de Natal na região também morreram.

– Há muitos estrangeiros mortos, porque aconteceu na alta temporada e no Natal. É um período de férias de família – afirmou o primeiro-ministro da Tailândia, Thaksin Shinawatra.

Entre os mortos estrangeiros há franceses, noruegueses, britânicos, italianos, suecos, australianos, japoneses e norte-americanos. O Itamaraty confirmou nesta terça a morte da diplomata brasileira Lys Amayo de Benedek D'Avola e de seu filho Gianluca, de 10 anos, na ilha de Phi Phi, na Tailândia.

Linhas de emergência criadas por ministérios das relações exteriores e operadores de turismo estão congestionadas, enquanto autoridades lutam para verificar o destino de centenas de turistas ainda não localizados. Diplomatas de 28 países estão em Phuket, na Tailândia, para ajudar os sobreviventes, muitos dos quais deixados com apenas a roupa do corpo após a tsunami.

Thaksin disse que o governo tailandês fornecerá vôos gratuitos para os sobreviventes voltarem para casa.

– Quer possam pagar ou não pelos bilhetes aéreos, vamos levá-los, dar hotel de graça, comida, algum dinheiro para novas roupas. Daremos tudo até que possam chegar em casa – declarou.

O governo tailandês enviou cinco aviões de transporte C-130 da Força Aérea, além dos aeronaves domésticas particulares, para levar feridos e corpos para Bangcoc a partir de Phuket e da cidade de Krabi.

As informações são da agência Reuters.

Veja imagens da tragédia

Veja como se forma uma tsunami

Confira o local da catástrofe

 
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