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Desemprego feminino praticamente duplicou nos últimos 10 anos

Mulheres são 54,2% dos trabalhadores sem emprego na Região Metropolitana

No Dia Internacional da Mulher, um dado preocupante foi divulgado pelo governo estadual. Nos últimos 10 anos, o desemprego feminino praticamente duplicou (92,8%) na região metropolitana da Capital. O número subiu de 84 mil mulheres desempregadas em 1993 para 162 mil em 2003. Os resultados do balanço desempenho das mulheres no mercado de trabalho foram divulgados nesta segunda, dia 8, pelo secretário do Trabalho, Cidadania e Assistência Social, Edir Oliveira. O evento também marcou o lançamento da edição anual da revista Mulher e Trabalho.

Entre as informações apresentadas, confirmou-se o fato de que houve uma evolução geral da inserção das mulheres no mercado de trabalho, na última década, apesar de ter diminuído, em 2003, o número da força de trabalho feminina em relação à masculina.

A pesquisa, apresentada pela socióloga da Fgtas, Irene Galeazzi, apontou que as mulheres pesquisadas ainda estão em posição de desvantagem no mercado de trabalho, em relação aos homens. Em 2003, ano marcado por uma conjuntura econômica difícil, esses índices se agravaram mais ainda.

– Entre 1998 e 2003, por exemplo, o desemprego feminino cresceu mais que o masculino, em quase todas as regiões que a PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) é realizada –afirmou Irene.

As mulheres já constituem 54,2% dos trabalhadores desempregados na Região Metropolitana. O rendimento médio das trabalhadoras foi reduzido em 7,5% em relação ao ano passado, ficando em R$ 197, abaixo do salário mínimo nacional pela primeira vez desde 1993. Após cinco anos de crescimento, o nível de ocupação feminina diminuiu 1,9%, registrando 634 mil mulheres, 12 mil a menos do que em 2003. O emprego industrial foi o mais atingido pela retração.

Segundo o secretário, a pesquisa ratificou que as mulheres se consolidam, cada vez mais, na força de trabalho gaúcha.

– É importante reconhecermos que o mercado deixou de considerar a contratação de profissionais mulheres só por serem uma mão-de-obra mais barata. Elas se consolidaram no mercado por serem qualificadas, competentes e por estarem prontas para assumir papel de destaque – ressaltou Edir Oliveira.

A publicação, elaborada pela equipe que organiza a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), foi executada em parceria com a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), com a Fundação de Economia e Estatística (FEE) e com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).


 


 
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