Professora de Artes, vereadora e uma das fundadoras do PT, a presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Margarete Moraes, assumiu nesta quarta, dia 14, a prefeitura da Capital no Paço Municipal. Ela é a primeira mulher a comandar a cidade. O prefeito João Verle embarca ao meio-dia para a Índia para participar do 4º Fórum Social Mundial.

Ao assumir o cargo de prefeita, Margarete retorna ao Poder Executivo. Secretária municipal da Cultura entre 1995 e 2000, a vereadora enfrentou pelo menos dois momentos de turbulência, com as denúncias de uso de recursos do jogo do bicho no Carnaval e as críticas a sua gestão feitas pelo ex-coordenador do Porto Alegre Em Cena Luciano Alabarse, que acabou se afastando da função. Os episódios provocaram mal-estar na pasta da Cultura e na administração petista.

A mudança de gênero na cadeira de prefeito até o dia 23 é para Margarete um fato marcante, mas a vereadora prefere salientar o desafio da nova missão que lhe foi concedida representa.

– Às vezes fico até assustada com tudo o que aconteceu na minha vida esta semana – admite a vereadora, referindo-se à posse, no dia 5, como presidente da Câmara, quando pôs fim a uma seqüência de 230 anos sob presidentes homens.

Nascida em Iraí, ela estudou em Santa Maria, mas decidiu morar em Porto Alegre. Lembra que, em 1968, aos 17 anos, ingressou na política lutando contra a ditadura militar:

Trinta e seis anos depois, Margarete é bem menos rebelde. Não tem mais cabelos e saias compridas, mas defende idéias com o mesmo afinco. Na Câmara, apóia movimentos homossexuais e a cultura e busca ampliar o espaço das mulheres. Nos últimos dias, tem discutido com Verle uma forma de unificar as ações do Estado e do município durante a semana do dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

As informações são da Rádio Gaúcha e do jornal Zero Hora.