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Governo reduz de 2,25% para 0,98% projeção de crescimento do PIB

Queda na arrecadação força corte de R$ 319 milhões no orçamento

O Ministério do Planejamento reduziu de 2,25% para 0,98% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, depois de examinar as despesas e receitas do Executivo. Segundo o ministério, a economia brasileira vai crescer menos este ano que o esperado, por causa principalmente do mau desempenho da economia nos primeiros trimestres do ano.

Os números foram divulgados no final da tarde desta terça, dia 23, e constam do relatório elaborado pelo ministério do quarto bimestre, com as projeções de receitas e despesas encaminhado ao Congresso Nacional.

Segundo o secretário executivo e ministro em exercício do Planejamento, Nelson Machado, o PIB nominal neste ano deve ficar, de acordo com as novas projeções, em R$ 1,558 trilhão e não mais em R$ 1,590 trilhão como previsto anteriormente.

Com essa revisão do PIB, o esforço fiscal exigido do setor público será menor, em termos nominais, para se alcançar a meta de superávit primário. Para o governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central), a meta cai R$ 790 milhões. Será necessária uma economia de R$ 38,171 bilhões contra os R$ 38,955 bilhões previstos inicialmente para que o governo central realize, em 2003, um superávit primário de 2,45% do PIB.

Para o setor público consolidado (Tesouro, Previdência, BC, estados, municípios e estatais), a meta de superávit primário é de 4,25% do PIB, o que em termos nominais daria cerca de R$ 67,575 bilhões se o PIB nominal ficasse em R$ 1,590 trilhão. Com a revisão, o esforço poderá ser R$ 1,360 bilhão menor, ou seja, de R$ 66,215 bilhões.

Segundo Machado, mesmo com a revisão das projeções, a economia vai melhorar:

– Estamos esperançosos de que a receita se recupere para que tenhamos uma notícia melhor em novembro.

A queda na arrecadação forçou o governo a anunciar nesta terça, dia 23, um corte de R$ 319 milhões nos gastos previstos no orçamento deste ano. Na semana passada, cogitava-se em um corte de R$ 1 bilhão. Em agosto, a arrecadação federal ficou cerca de R$ 600 milhões abaixo do previsto, por conta da fraca atividade econômica.

Segundo Machado, o Ministério dos Transportes perderá R$ 114 milhões; o de Comunicações, R$ 72 milhões; o de Meio Ambiente, R$ 69 milhões; e o de Integração Nacional, R$ 40 milhões. Apesar dos cortes, alguns ministérios vão ganhar recursos. O governo fará um remanejamento de R$ 100 milhões para o Ministério da Saúde, de R$ 60 milhões para o de Defesa e de R$ 57 milhões para o da Agricultura.

Com informações das agências Brasil e Reuters.

 
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