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Exilados cubanos pedem interferência de Lula no conflito interno do país

Dissidentes políticos cubanos exilados no Brasil fizeram pedido em carta aberta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o líder brasileiro intermedie negociações para restabelecer a democracia na ilha de Cuba.

– Após o Brasil ter representado a paz negociadora nos problemas da região, a comunidade latino-americana aguarda a tão esperada mediação do conflito interno cubano, fazendo justiça à merecida vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU – diz o documento, divulgado a propósito da visita de Lula a Cuba, nos próximos dias 26 e 27.

Na carta, os exilados denunciam que a sociedade cubana sofre a mais longa ditadura da história e que 20% da população de Cuba está no exílio.

– A oposição, que ainda vive no país, está na cadeia sem condições de exercer seus direitos civis, políticos, morais e econômicos – afirma o documento.

O professor de Física da Unicamp, Juan Lópes Linares, exilado político e um dos coordenadores do manifesto, explica que os cubanos exilados no Brasil querem que Lula se reúna não apenas com representantes do governo cubano, mas também com algumas das lideranças da oposição, demonstrando solidariedade e apoio ao processo de abertura política. Os dissidentes também querem que Lula peça a libertação imediata dos presos políticos.

– Os cárceres cubanos estão abarrotados de opositores pacíficos. Os imigrantes são impedidos de voltar ao país e a oposição se restringe a pequenos partidos políticos clandestinos e a grupos de direitos humanos e entidades sindicais – lamenta Lopes.

Para ele, o grande problema é que esses grupos não têm acesso aos meios de comunicação para denunciar os abusos aos direitos humanos, já que todos os jornais, revistas, rádios e emissoras de TV são estatais e informam apenas o conveniente para o governo central.

A carta dos dissidentes, disponível na internet (www.penhacubana.com) salienta que a crise política cubana não se restringe à tradicional disputa entre Havana e Washington. O conflito real, dizem os dissidentes, é entre o governo e a população cubana.

– Esse é o contexto que Lula não deve ignorar, adotando uma posição mais clara de crítica a atitudes ditatoriais e de desrespeito aos direitos humanos – diz o professor.

Com informações da Agência Brasil

 
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