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Países ricos tentam dividir grupo que luta pelo fim do subsídio

Nações em desenvolvimento pressionam pelo fim das ajudas financeiras

Os países ricos, pressionados para reduzirem os subsídios agrícolas, tentaram nesta quinta, dia 11, dividir a poderosa aliança de nações pobres decididas a reescrever as regras mundiais do comércio.

O êxito da reunião interministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) no balneário mexicano de Cancún, com o objetivo de desbloquear as negociações para a liberalização do comercial, depende de um compromisso sobre o complexo e crítico tema dos subsídios agrícolas.

Os países em desenvolvimento culpam os subsídios, no valor de US$ 300 bilhões, concedidos, principalmente, pelos Estados Unidos e União Européia, de distorcerem o comércio e de excluírem do mercado mundial os produtores pobres.

Em uma virada nas negociações, uma nova coalizão de 21 países em desenvolvimento foi além e exigiu a completa abolição dos subsídios, sem oferecer em troca a promessa de um maior acesso aos seus próprios mercados.

O G-21, que inclui Brasil, China e Índia, representa um grande obstáculo aos EUA e à UE na OMC, que opera por consenso e cujos 146 membros iniciaram na quarta as negociações.

– Esta é uma mudança significativa na estrutura dinâmica desta organização – disse o ministro do Comércio da Austrália, Mark Vaile.

Mas enquanto os ministros se aprofundavam em árduas negociações nesta quinta, os EUA tomaram a dianteira e tentaram minar as bases do novo grupo.

– Não está realmente claro para nós qual é o princípio unificador entre esses países – afirmou o vice-representante do Comércio dos EUA, Peter Allgeier.

– Por um lado, este grupo tem países ambiciosos por uma reforma agrícola, mas há um grande espectro que passa por países que não buscam essa reforma – disse Allgeier a repórteres.

Outro representante do governo norte-americano indagou retoricamente sobre quais os pontos que unem o Brasil, defensor da reforma do comércio agrícola, e a Índia, companheira no G-21, que se esconde atrás de altas barreiras tarifárias e reluta em abrir seu mercado.

Diplomatas afirmaram que a mensagem nas declarações de Washington é que, com a aproximação das eleições presidenciais em 2004, os EUA acreditam que será difícil melhorar a oferta que já causou distúrbios políticos. As informações são da agência Reuters.

 
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