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Deputados podem ir a São Gabriel para tentar evitar conflito

Comissão de Direitos Humanos da Assembléia quer mediar disputa entre ruralistas e sem-terra

A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembléia Legislativa deverá se instalar em São Gabriel, com o objetivo de contribuir na busca de soluções que evitem o confronto armado entre ruralistas e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) que ruma em direção à cidade. A expectativa é do presidente da CCDH, deputado Estilac Xavier (PT), manifestada em reunião extraordinária realizada nesta terça, dia 24, com representantes das entidades que buscam acabar com o clima de intolerância instalado no município, devido a desapropriação de 13,2 mil hectares da família Southall, suspensa sob liminar pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Xavier deverá solicitar ao presidente da Assembléia Legislativa, deputado Vilson Covatti (PP), providências para a instalação do órgão técnico em São Gabriel.

– Poderemos ficar dois ou três dias na cidade, dependendo da pauta a ser cumprida – disse o deputado.

O presidente da Cooperativa Central de Assentamentos, Mário Lill, garantiu que a marcha dos sem-terra ocorre de forma pacífica. Ele solicitou aos deputados que visitem o movimento.

– Estamos marchando pela paz – assegurou Lill.

Estilac anunciou que a CCDH vai acompanhar a caminhada e averiguar a denúncia dos ruralistas de que o MST estaria armado. Também deve investigar a denúncia dos sem-terra de que os produtores rurais estariam montando uma milícia armada.

O presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Carlos Sperotto, mostrou-se favorável à desmobilização de ambos os movimentos.

– Poderemos nos empenhar nesta direção caso se desfaça também a marcha dos sem-terra – disse Sperotto.

Ele lembrou que o movimento instalado na cidade é representado por toda a comunidade local e conduzido pelo o prefeito do município. O dirigente solicitou à CCDH que haja a intervenção do Ministério Público para apurar as condições em que se encontram as crianças que integram a marcha do MST. Mário Lill alegou que as crianças não têm onde ficar, por isso acompanham os pais na marcha.

O secretário da Justiça e da Segurança, José Otávio Germano, assegurou na reunião que está havendo um policiamento preventivo na região, acompanhando ambas as partes envolvidas. Ele descartou, porém, o reforço policial na área.

– O que precisa ser reforçado é a consciência das pessoas envolvidas com relação ao cumprimento e manutenção da ordem legal – afirmou o secretário, que considera grave a situação em São Gabriel.

Ele lembrou que todo o Brasil está acompanhando a iminência de instalação de um palco de guerra no Rio Grande do Sul. Germano destacou ainda que reforma agrária não é assunto para a segurança pública.

– Não podemos virar as costas para problemas sociais, mas a sociedade como um todo, representada por todas as entidades, também é responsável pela busca e manutenção da harmonia – acrescentou Germano.

O secretário destacou as ações de sua Pasta, como a garantia de segurança à vereadora petista de São Gabriel, Sandra Xarão, que recebeu ameaças de morte, e a abertura de um inquérito policial para apurar a autoria do panfleto anônimo que circulou pela cidade e que incita a população à violência para com o MST.


 
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