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Temer contesta versões sobre exclusão do PMDB do governo de Lula

Dirigente disse que informações divulgadas por petistas são falsas

Irritado com as versões divulgadas sobre a exclusão do PMDB do futuro governo, o presidente nacional do partido, deputado Michel Temer (SP), decidiu neste domingo, dia 22, apresentar a sua própria versão. Temer contestou as informações divulgadas por dirigentes do PT segundo as quais, entre as exigências feitas pelo partido para participar do futuro governo estaria o compromisso do PT de que não importunaria o governador de Brasília, Joaquim Roriz (PMDB).

O dirigente peemedebista disse que as versões divulgadas pelos petistas a respeito das negociações "são absolutamente falsas". Para ele, teriam por objetivo tentar reduzir o impacto da situação embaraçosa vivida pelo futuro ministro-chefe da Casa Civil, que iniciou as negociações com o PMDB e acabou sendo desautorizado em seguida pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

– Nunca, em nenhum momento, tratei de Roriz com o deputado José Dirceu, como também não falei nada a respeito da manutenção de Afrísio Vieira Lima (pai do líder do PMDB, Geddel Vieira Lima) na presidência da Companhia Docas da Bahia – afirmou Temer.

Temer contou que há 15 dias – num domingo – foi procurado por Dirceu e pelo presidente nacional do PT, José Genoíno (SP), para dar início às conversações. No início da semana passada, de acordo com Temer, Dirceu telefonou a fim de fechar a negociação. No encontro, ocorrido no gabinete de Temer, na presidência do PMDB, Dirceu disse que tinha os Ministérios da Integração Nacional e de Minas e Energia para oferecer.

Dirceu teria insistido na definição dos nomes para levá-los Lula. Então, segundo Temer, foram oferecidos os nomes dos senadores Amir Lando (RO) e Pedro Simon (RS), do senador eleito Hélio Costa (MG) e dos deputados Eunício Oliveira (CE), Milton Monti (SP), Paulo Lima (SP) e Renato Viana (SC). Segundo Temer, Dirceu teria ficado empolgado com as indicações.

– Na sexta-feira (20), Dirceu ligou-me e afirmou que não havia mais o acordo. Que passara a madrugada negociando, mas não tinha conseguido vencer a resistências das alas mais à esquerda.

Posteriormente, soube-se que o veto aos nomes do PMDB partira de Lula.

– Sei que o deputado José Dirceu foi posto numa situação muito delicada. Eu confio na sua dignidade e sei que ele jamais daria uma versão diferente da que ocorreu – finalizou.

 
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