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 | 01/03/2008 21h23min

Partidos espanhóis pedem votos enquanto ETA pede abstenção

Baixa participação nas eleições comprometeria legitimidade do pleito

Os partidos políticos espanhóis pediram neste sábado o comparecimento às eleições gerais do próximo dia 9, enquanto o grupo terrorista ETA pedia a abstenção e o boicote do pleito. Conseguir um recorde de participação nas urnas é um dos compromissos do candidato à reeleição José Luis Rodríguez Zapatero, considerado pelas pesquisas como aquele com mais possibilidades de vitória quanto maior for a participação.

O atual presidente do governo, que discursou na província de Las Palmas, no arquipélago das Canárias, disse para mais de 5 mil simpatizantes que "a abstenção é o voto mais triste". Em referência a seu principal oponente, o conservador Partido Popular (PP), afirmou que se esperam ganhar as eleições com a abstenção é porque têm "pouquíssima confiança nos espanhóis, na democracia e ainda menos confiança neles próprios".

A imigração é uma das principais questões de enfrentamento entre socialistas e populares. Nos anos de governo socialista, segundo Zapatero, trabalhou-se para controlar os fluxos de entrada e para integrar os que chegam legalmente e acrescentou que enfrentará quem fizer discursos "para incitar as baixas paixões, a xenofobia", referindo-se ao opositor. O PP propôs um "contrato de integração", pelo qual os imigrantes deverão "cumprir as leis, aprender a língua e respeitar os costumes espanhóis":

— A imigração é o problema mais importante na Espanha.

O candidato conservador à presidência, Mariano Rajoy, falou sobre economia diante das 7 mil pessoas que assistiram seu comício na cidade de Zaragoza e afirmou que Zapatero "conseguiu fazer com que os preços subissem até nas liquidações". Rajoy advertiu que um novo governo socialista seria "uma roleta russa", um "perigo para os bolsos dos cidadãos" e um "risco sério para as economias familiares".

A entrada de dois nomes fortes na corrida à presidencial, os ex-presidentes Felipe González, pelo PSOE, e José María Aznar, pelo PP, aqueceu o ambiente eleitoral. O primeiro acusou o PP de dar destaque, por interesse eleitoral, ao terrorismo do ETA, que, segundo sua opinião, se encontra "mais debilitado do que nunca" e lembrou que todos os presidentes da democracia dialogaram com a organização. A fracassada tentativa de Zapatero de iniciar vias de diálogo com o ETA — que assassinou mais de 800 pessoas em sua reivindicação de independência do País Basco — foi censurada pelo PP.

Os populares acusam Zapatero de ter "mentido" aos espanhóis durante o processo de "negociação" com o ETA e rejeitam qualquer possibilidade de diálogo e qualquer via que não seja a derrota do grupo. Nesse sentido, Aznar disse que se pode "derrotar definitivamente" o terrorismo, mas "não se pode dialogar", porque o ETA quer a "secessão" do País Basco e o fim da democracia. A organização terrorista pediu hoje a abstenção e o "boicote" às eleições gerais de 9 de março.

EFE
Eduardo Palomo, EFE / 

Socialistas também fazem campanha
Foto:  Eduardo Palomo, EFE


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