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 | 21/06/2007 13h57min

Presidente e relator da CPI do Apagão sugerem reajuste para controladores

Medida reduziria inconformidade da classe, que gera atrasos nos aeroportos

Tanto o presidente da CPI do Apagão Aéreo, senador Tião Viana (PT-AC), quanto o relator, Demóstenes Torres (DEM-GO), preocupados com novo capítulo do caos aéreo, sugeriram hoje que o governo aumente os salários dos controladores de vôo como forma de acabar com os protestos da categoria. Nos últimos três dias, uma suposta operação padrão praticada pelos controladores nos aeroportos brasileiros vem provocando novos atrasos e cancelamentos de vôos.

Tião Viana afirmou que a situação nos aeroportos continua delicada e que, apesar de os últimos problemas terem sido creditados a uma pane de 30 minutos em link de comunicação da Embratel,"há um problema disciplinar estabelecido nos aeroportos em relação ao comando" sobre o controle aéreo.

– Todas as pessoas que viajam toda semana sabem que a crise dos aeroportos se repete todos os dias. Muitos cidadãos brasileiros ficam horas dentro das aeronaves sem saber a razão – disse.

Para Tião Viana, o problema que origina todos os outros é que "existe uma crise de definição da política salarial dos controladores". Na avaliação do senador, a situação é de emergência e necessita de uma resposta, uma vez que "a sociedade está pagando as conseqüências". O presidente da CPI definiu a situação como "muito grave" e disse que isso traz sérios prejuízos à sociedade. E pediu que o comando da Aeronáutica se posicione de maneira clara na CPI sobre o problema salarial dos controladores.

Demóstenes Torres disse que a crise "é gravíssima". Para o relator, a infra-estrutura aeroportuária brasileira hoje é deficiente e há necessidade de ampliação de aeroportos e pistas de pouso. Citou como exemplo o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, que atende 18 milhões de passageiros por ano, mas tem capacidade para apenas 13 milhões.

O senador por Goiás sugeriu que sejam revistas pelo governo concessões de linhas e que haja abertura para a iniciativa privada. Mas destacou que acrise do momento, a curto prazo, é gerada pela questão salarial dos controladores de vôo.

– Por mais que os controladores neguem essa intenção salarial, sabem que o grave problema é esse – afirmou Demóstenes.

O relator disse que a questão salarial não é simples de resolver dentro da hierarquia militar, uma vez que qualquer aumento teria que ser dado para toda a tropa. Mas considera "humano" que os controladores militares queiram ganhar tanto quanto os civis que fazem o mesmo serviço e ganham mais.

– É uma ambição natural do ser humano. É evidente que a operação-padrão é uma forma de pressão para resolver esse problema. Naturalmente, quem paga o pato é o consumidor. Hoje essa é a questão mais grave e deve ser solucionada imediatamente – defendeu Demóstenes.

AGÊNCIA SENADO
 
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