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 | 30/05/2007 18h06min

Delegado da PF volta a culpar controladores e pilotos por acidente da Gol

Renato Sayão prestou depoimento à CPI do Apagão Aéreo do Senado

Em depoimento na CPI do Apagão Aéreo do Senado, nesta quarta-feira, o delegado da Polícia Federal Renato Sayão voltou a culpar os controladores de vôo e os pilotos do jato Legacy pelo acidente com o Boeing da Gol, em setembro do ano passado, que causou a morte de 154 pessoas. Um dos erros mais graves, na visão de Sayão, responsável pelo inquérito que investiga o caso, foi cometido pelo controlador Jomarcelo Fernandes dos Santos, que não avisou aos pilotos do Legacy Joe Lepore e Jan Paladino que deveriam baixar para 36 mil pés ao passar por Brasília. Com o transponder ainda ligado, Jomarcelo teria acompanhado o vôo por cerca de seis minutos com altitude incorreta. O jatinho voava a 37 mil pés, em rota de colisão com o Boeing, que vinha de Manaus.

Além disso, lembrou Sayão, depois que foi perdido o contato com o transponder do avião, o controle aéreo teria que avisar para as outras aeronaves que havia um avião "perdido" e indicar que pegassem outra altitude. Também seria necessário tentar entrar em contato com o avião e pedir que fizesse testes no transponder. Nada disso foi feito, observou. Na opinião do delegado, houve "complacência com uma situação anômala", que talvez não tenha sido julgada como de risco.

Sayão disse ainda que um segundo controlador de Brasília "recebeu o serviço" do sargento Jomarcelo e não foi informado de que o avião voava na altitude errada. Esse controlador, por sua vez, identificou que a aeronave estava sem o transponder e mesmo assim não tomou qualquer atitude.

Na semana passada, o procurador da República no Mato Grosso Tiago Lemos de Andrade denunciou os dois pilotos do Legacy e quatro controladores como responsáveis pelo acidente entre o Boeing e o jatinho. Para o Ministério Público, a imprudência e a negligência dos controladores e dos pilotos causaram o choque entre os aviões. O delegado Renato Sayão destacou, no entanto, não acreditar que tenha havido atitude dolosa (crime intencional) de nenhum dos envolvidos.

O relator da CPI, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), também destacou que, apesar de os controladores de vôo quererem dar a impressão de que a falha foi de software, ficou claro pela exposição das autoridades da Aeronáutica feita na terça-feira e pela apresentação de Sayão, nesta quarta-feira, que o software não seria capaz de induzir o controlador a erro.

– Controladores colocam como falha do sistema, quando na verdade é característica do sistema – disse Demóstenes.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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