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 | 21/04/2007 00h02min

Delegado preso na Operação Furacão faz acusações contra a PF

Luiz Paulo Dias de Mattos diz que policiais agiram irregularmente

Suspeito de ter participado do esquema investigado pela Operação Furacão, o delegado aposentado da Polícia Federal (PF) Luiz Paulo Dias de Mattos acusa policiais federais de agirem irregularmente durante antigas ações contra jogos ilícitos.

Durante as operações de apreensão de máquinas de jogo anteriores à Operação Furacão, a PF teria levado "também o dinheiro do caixa", segundo o advogado de Mattos, Paulo Henrique Oliveira Lins. A PF afirmou que, como o processo corre sob segredo de Justiça, não responderá à acusação.

Mattos é acusado de ter alertado os suspeitos da realização da operação. Sua esposa, a delegada federal licenciada Susie Pinheiro Dias Mattos, foi presa sob a mesma acusação.

O advogado critica a acusação de que seu cliente era um elo para avisar bicheiros sobre operações policiais. Mattos admite que é amigo do policial civil Marcos dos Santos Bretas, preso durante a operação. Mas nega ter lhe passado informações. Segundo ele, a relação deve-se "à profissão de ambos".

Ainda segundo o advogado, Mattos também sabia da amizade entre o policial civil e José Renato Granado Ferreira, bicheiro e ex-presidente da Associação dos Administradores de Bingos do Rio de Janeiro (Aberj).

Bretas e Ferreira estão entre os 25 presos pela Polícia Federal (PF) há uma semana. Também foram detidos advogados, juízes, desembargadores e o procurador regional da República no Rio de Janeiro, João Sérgio Leal Pereira.

Eles são acusados de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro e por tráfico de influência, já que, segundo a PF, sentenças judiciais que beneficiavam bicheiros e donos de bingos eram negociadas pela organização criminosa.

A Polícia Federal diz estar tranqüila em relação ao conjunto de provas apresentadas contra Paulo Mattos. Segundo a PF, se as evidências fossem frágeis, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, não teria decretado as prisões, uma vez que a autorização foi possível mediante um conjunto de provas. Além disso, a polícia diz que responsabilidade é compartilhada entre PF, Procuradoria Geral da República e Supremo Tribunal Federal (STF) e que não teria sido possível à PF induzir os demais ao erro.

AGÊNCIA BRASIL
 
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