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 | 07/10/2006 12h21min

Infraero não descarta erro no controle do tráfego aéreo

Empresa que desenvolveu transponder fará recall do equipamento

O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, disse ontem que não se pode afastar a possibilidade de erro no controle do tráfego aéreo como hipótese de causa da colisão entre o Boeing 737-800 da companhia aérea Gol e o jato Legacy. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Pereira ressaltou que é necessário cruzar dados das caixas-pretas com os registros de radar em terra.

– Tem que ter todos os dados. Não só as caixas, mas também contextualizar com as gravações de terra, com as imagens de radar, com o depoimento dos pilotos que sobreviveram. É prematuro acusar ou defender qualquer pessoa –, afirmou.

A Força Aérea Brasileira (FAB), responsável pelo controle do tráfego, negou problemas em radares ou falhas dos operadores, embora não confirme oficialmente os detalhes da investigação sobre o acidente. A queda do Boeing, ocorrida no último dia 29, matou 154 pessoas.

Hoje, a Globonews informou que a empresa Haniwell, que desenvolveu o transponder, fará recall do equipamento devido a possíveis problemas de fabricação. A determinação é da Agência Americana de Aviação. O transponder é um sistema de comunicação semelhante a um radar usado entre aeronaves e controladores de vôo. O recall terá início no dia 17 de outubro e será feito em etapas. Pelo menos 1365 aeronaves devem ser atingidas pela medida. A empresa tem clientes como Embraer, Boeing e o governo dos Estados Unidos.

A Folha de S.Paulo também divulgou que as famílias das vítimas do vôo 1907 da Gol contrataram um escritório de advogados de São Francisco, na Califórnia, especializado em pedidos de indenização por acidentes aéreos. Eles abrirão uma ação civil nos Estados Unidos pedindo compensação financeira pela perda da vida de seus parentes no acidente. Robert Lieff, proprietário da firma, não informou o número exato de familiares, que "passaria de uma dezena".

Conforme Lieff, se a Justiça brasileira concluir que os dois pilotos do Legacy cometeram alguma falha, eles pretendem processar seu empregador, a ExcelAire. Quem pagaria a indenização seria a seguradora da empresa norte-americana.

 
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