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 | 19/09/2006 18h19min

Presidente da IAAF é acusado de prejudicar o esporte

Colaborador do ex-dirigente diz que atual de estimular o doping

O italiano Luciano Barra, colaborador do falecido presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) Primo Nebiolo durante 20 anos, pediu a saída do senegalês Lamine Diack, atualmente à frente do organismo, acusando-o de ter levado o atletismo a um "estado grave". Em carta divulgada nesta terça, Barra aponta Diack como responsável pela queda do atletismo na preferência entre as transmissões de televisão, a um caos no sistema de competição e até de estimular os atletas a praticarem o doping.

Barra, membro de honra da Associação Européia de Atletismo e ex-diretor-geral do Comitê Olímpico Italiano (Coni), colaborou recentemente com várias candidaturas olímpicas, foi subdiretor dos recentes Jogos de Inverno de Turim e atualmente faz parte da Comissão de Avaliação do Comitê Olímpico Internacional (COI) para os Jogos de Inverno de 2014.

O italiano diz que Diack, presidente desde 1999, o incluiu há três anos num grupo destinado a estudar melhoras nas competições de atletismo, mas lamenta que todas suas iniciativas tenham sido ignoradas pela IAAF.

– Não podemos permitir aos atletas que participem das competições que quiserem e sem a obrigação de se enfrentar. Nosso sistema de competição selvagem e a corrida pelos recordes e o dinheiro são a ante-sala do doping. Os atletas competem tanto como podem e chegam às principais competições lesionados ou cansados. Mas o pior é que, pelo dinheiro dos recordes, são tentados pelo doping. Quem é responsável? O atleta ou o sistema que o leva a isso? – destaca.

Barra ressalta que o atletismo praticamente desapareceu dos jornais e, como exemplo da falta de interesse da imprensa, lembra que a rede americana NBC pediu uma mudança de programação na natação dos Jogos de Pequim para coincidir com o melhor horário na América do Norte, mas não fez o mesmo com o atletismo.

– O atletismo está doente. Os atuais médicos não souberam tratar a doença, portanto só restam duas possibilidades: a morte ou uma mudança de médicos.

"Como amigo, lhe digo da forma mais clara possível: decida já deixar a Presidência da IAAF", diz a carta, em referência a Diack. No ano que vem acontecerão eleições à Presidência da IAAF, na mesma época do Mundial de Osaka, no Japão.

AGÊNCIA EFE

 
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