Uma bomba colocada debaixo de um trem de passageiros israelense explodiu no domingo, dia 21, ferindo o condutor do transporte e minando as perspectivas de Israel reduzir as restrições impostas aos palestinos que estão vivendo sob toque de recolher em sete cidades reocupadas na Cisjordânia. Descrita pela polícia como ataque terrorista, a explosão ocorreu horas apenas depois de o ministro do Exterior, Shimon Peres, ter dito a líderes palestinos que a violência palestina está atrasando as medidas que poderiam aliviar o sofrimento de civis na Cisjordânia.

A reunião realizada no sábado, dia 20, entre representantes israelenses e palestinos de alto escalão foi marcada pela indignação palestina diante do plano proposto por Israel de deportar da Cisjordânia para a Faixa de Gaza, cercada por forças israelenses, os familiares de militantes que se envolvam em atentados suicidas.

– Foi deixado claro para eles – e eles estão começando a compreender – que o terrorismo está começando a ferir não apenas a nós, mas também a eles – disse Peres à rádio Israel, depois de reunir-se com o ministro do Interior e o negociador de paz palestinos, Abdel-Razzak al-Yahya e Saeb Erekat.

Erekat descreveu as conversações como sérias e disse que elas cobriram questões políticas, financeiras e de segurança. Ele disse que o lado palestino fez objeções aos planos israelenses de deportação, que, para ele, representariam um crime de guerra. Representantes israelenses disseram que futuros militantes suicidas poderiam desistir de seu intento se soubessem que o resultado seria o exílio de seus familiares. É um argumento que já foi criticado pela ONU e pelo aliado mais próximo de Israel, os EUA.

Dezesseis de 22 palestinos detidos por Israel na sexta para possível exílio em Gaza pediram à Suprema Corte israelense, no domingo, que proíba as autoridades israelenses de deportá-los. Ainda não foi emitida nenhuma ordem de deportação.

Perto da cidade israelense central de Rehovot, uma bomba plantada nas trilhas do trem explodiu no momento em que um trem de passageiros de dois andares passava, no horário do rush matinal. A explosão deixou o condutor ferido e danificou a locomotiva, informaram a polícia e os serviços de resgate. O trem não descarrilou.

A polícia disse que a bomba de 5 quilos foi acionada por controle remoto e teria sido plantada por palestinos. Há três semanas, quatro passageiros de um trem ficaram feridos pela explosão de uma bomba numa linha ferroviária na cidade israelense de Lod. A imprensa israelense disse que o trem deste domingo, que ia da cidade de Binyamina, no norte do país, à cidade portuária de Ashdod, no sul, estava repleta de soldados retornando a sua base para o início da semana de trabalho israelense.

Militantes palestinos mataram 12 pessoas em Israel e perto de um assentamento judaico na Cisjordânia esta semana, apesar da presença em sete cidades palestinas de forças israelenses cujo objetivo é justamente impedir tais ataques. As informações são da agência Reuters.