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 | 19/07/2002 18h06min

Oposição descarta acordo pré-eleitoral com o FMI

Lula, Ciro e Garotinho refutam sugestão do atual governo

Os candidatos da oposição à Presidência se negam a negociar com o Fundo Monetário Internacional (FMI), antes das eleições. Ciro Gomes, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Anthony Garotinho (PSB) descartaram nesta sexta-feira, dia 19, qualquer possibilidade de acordo de transição com o Fundo.

A idéia de o Fundo negociar com os presidenciáveis de oposição foi proposta pelo atual governo. A situação queria garantir que seriam mantidas as atuais políticas de manutenção das metas de inflação e do superávit primário.

A resposta de Lula foi dada durante um comício na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, local em que Lula trabalhou nos anos 70, quando era metalúrgico.

– Até o dia 31 de dezembro à meia-noite, o presidente é o Fernando Henrique Cardoso. Não tem sentido eu assinar nada e muito menos conversar com o FMI antes de ser eleito. Depois que eu me eleger e assumir, aí sim converso sobre tudo – disse Lula.

Ciro, que esteve em campanha em Manaus, afirmou que o papel da oposição é acompanhar o governo com postura crítica e não administrar

– Até agora, não há informação formal sobre um acordo de transição. O papel do governo é governar, e o da oposição acompanhar o governo com posição crítica. A oposição é impotente para administrar. Estou disposto a colaborar, mas não estou disposto a apoiar um acordo que projeta para o futuro políticas econômicas com as quais não concordo – disse Ciro.

Garotinho disse que aceitaria um pacto de transição com o governo e com o FMI depois de eleito. Em seguida, afirmou que seria necessário estudar o acordo pois poderia ser uma "certidão de óbito" para o país.

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse que aceitaria assinar uma carta de intenções com o Fundo Monetário Internacional (FMI) prorrogando o acordo com o Brasil para que o país possa atravessar sem sobressaltos o período eleitoral e de mudança de governo.

– Acho positivo assinar uma extensão do acordo do Brasil com o FMI. Pelos seus termos ele não traz maiores constrangimentos e restrições à economia do país, e é um elemento maior de segurança econômica para o futuro. Isso serve também para acalmar o nervosismo e as expectativas infundadas do mercado com o Brasil. Apóio a extensão do acordo – disse Serra.

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