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 | 05/06/2006 21h12min

Cafu e Roberto Carlos têm desafio particular na Alemanha

Cafu e Roberto Carlos têm muita coisa em comum. Estão na seleção desde a década passada – e como titulares. São os mais veteranos do atual elenco, jogam na lateral e têm a total confiança da comissão técnica. Entra ano, sai  ano e todos se perguntam quando eles irão perder a vaga no time. Na hora H, os  dois sempre jogam e acabam decidindo. No domingo, diante da frágil Nova Zelândia, mostraram que, apesar da idade, ainda estão inteiros. Jogaram bem, chegaram  à linha de fundo, chutaram a gol e marcaram. Agora, correm atrás de recordes. 

Cafu completará nesta quarta 36 anos. E, no dia 13, contra a Croácia,  em Berlim, disputará sua quarta Copa do Mundo. Se for campeão, atingirá a marca  conquistada por Pelé: três títulos mundiais como jogador. Um recorde é seu e  parece que dificilmente será tirado. O de jogos pela Seleção Brasileira. Até  agora, são 146. Pode ser difícil, mas não impossível.

Seu amigo Roberto Carlos  está na cola e promete continuar perseguindo o posto de número 1 em atuações  com a camisa nacional. Hoje soma 128, apenas 18 a menos.
– Quero pelo menos empatar com o Cafu – diz o lateral-esquerdo, aos 33 anos.

Por incrível que possa parecer, o jogador do Real Madrid não descarta disputar  mais uma Copa.

– Estou preparado para seguir na Seleção Brasileira ainda, jogar mais uma Copa América, mais uma Copa das Confederações, e, depois, a gente vê o que acontece. Mas antes, claro, espero fazer o melhor na Alemanha. – declarou.

Embora não tenha terminado bem a temporada na Espanha, Roberto Carlos segue  em alta na Europa. Na semana passada, o técnico José Mourinho, do Chelsea, bicampeão  inglês, disse planejar a contratação do brasileiro, por se tratar do melhor  jogador da posição no momento, apesar da idade. A proposta dos ingleses foi  boa e balança o craque de Araras. Cafu é bem menos extrovertido que o colega – esse, aliás, é um dos poucos pontos  em que eles diferem. E rejeita entrar na disputa pessoal pela marca de maior  número de participações pela seleção. Ao contrário, não gosta de falar nisso  nem brincando.

– Não penso em marcas, penso apenas em ajudar a seleção – afirmou. 

Mas tem consciência de que já entrou para a história e ficará ainda mais badalado se for campeão novamente – ainda mais como capitão. O jogador do Milan não fala  em parar, mesmo com 36 anos. Sabe, porém, que a Copa da Alemanha pode marcar sua despedida do time brasileiro. Cicinho, seu substituto natural, está em ótima  fase, joga na Europa e é considerado maduro o suficiente pela comissão técnica  para assumir a condição de titular.

Agência Estado
 
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