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 | 19/05/2006 13h50min

Dívida externa recua para o menor patamar desde 1995

Resultado deve-se aos pagamentos adiantados de bradies

A dívida externa brasileira, em abril passado, recuou para o menor patamar dos últimos dez anos. Por conta dos pagamentos adiantados de bradies (de US$ 6,459 bilhões só em abril), ela ficou em US$ 161,862 bilhões no mês passado, o menor nível desde dezembro de 1995, quando ficou em US$ 153,065 bilhões. Não por menos, a dívida externa do setor público não financeiro, que exclui bancos, caiu para o menor nível desde o início da série histórica, em 1990: US$ 76,1 bilhões.

Por outro lado, as transações correntes continuam sofrendo com as remessas de lucro e dividendos para o exterior elevadas, somando US$ 1,609 bilhão em abril, acima do US$ 1,284 bilhão verificado no mesmo mês de 2005, e acumulando neste ano US$ 5,217 bilhões, segundo dados do Banco Central. Por conta disso, o superávit das transações correntes do país ficou em apenas US$ 241 milhões no mês passado, bem aquém do US$ 1,353 bilhão registrado em fevereiro.

– A dívida externa diminuiu significativamente e mostra a estratégia do governo de recompra dos bradies – afirmou o chefe do departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, acrescentando que a redução da dívida também veio com os pagamentos adiantados ao Clube de Paris, que até agora foram de US$ 1,903 bilhão.

Ele chamou a atenção que, além da redução da dívida, o perfil dos débitos também está melhorando. No acumulado do ano até abril, a taxa de rolagem estava em 331%. Segundo ele, entre os dias 1º e 16 deste mês, a taxa já caiu para 114%.

Apesar do desempenho aquém do esperado no superávit em transações correntes em abril – a expectativa era de saldo positivo de US$ 500 milhões –, o BC está mantendo os cálculos de encerrar o ano a US$ 8,5 bilhões, sendo que para maio as projeções são de US$ 600 milhões. Na avaliação do chefe de departamento, o envio de lucros e dividendos deve perder força no segundo semestre do ano, mas ainda continuará acima dos patameres vistos no passado por conta do câmbio depreciado (dólar mais fraco frente ao real) e à maior rentabilidade das empresas. Em maio, até o dia 16, esses envios já estavam em US$ 1,149 bilhão.

Os investimentos estrangeiros diretos também pesaram, com saldo positivo de US$ 790 bilhões em abril, abaixo da expectativa de US$ 1 bilhão que o BC tinha. Lopes explicou que duas operações no setor elétrico, realizadas no fim de abril, acabaram puxando o número para baixo. Mas a recuperação deve vir. Em maio, até o dia 16, os ingressos já estavam positivos em US$ 760 milhões, com projeção para fechar o mês em US$ 1,4 bilhão.

Ajudou nas transações correntes, como nos últimos tempos, a balança comercial, que, só em abril, ficou com superávit de US$ 3,097 bilhões. O apetite ainda grande dos investidores estrangeiros pelos títulos públicos também contribuiu, com estimativa de US$ 1,702 bilhão em abril.

No quesito viagens internacionais, o saldo em abril ficou negativo em US$ 88 milhões, acumulando saídas de US$ 119 milhões no ano, com o brasileiro aproveitando o dólar mais em conta para viajar para fora.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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