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 | 29/04/2006 01h00min

Chip é a arma contra cães vadios em Eldorado do Sul

Projeto da prefeitura gaúcha deve estar implantado até maio

Os cães, gatos, cavalos e outros animais soltos nas ruas de Eldorado do Sul estão com os dias contados. Uma lei do Executivo, aprovada pela Câmara de Vereadores no final de março, determina o  recolhimento e cadastramento de todos os bichos que estiverem circulando, sem dono, pela cidade.
Para identificá-los, a prefeitura instalará um microchip sob a pele de cada um deles antes de encaminhá-los à adoção. O interessado em adotar deverá pagar R$ 20 pelo cadastramento do animal e receberá um cartão magnético com informações sobre o histórico do animal.

Se o cachorro, gato ou cavalo for encontrado novamente na rua, o proprietário, cuja identificação estará no chip a ser lido por um equipamento óptico, será chamado a dar explicações.  Os vereadores vetaram dois itens da lei que previam multas aos donos dos bichos.

Em convênio firmado com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), a Associação Rio-grandense de Proteção aos Animais (Arpa) será responsável pelas fiscalização e recolhimento. O investimento inicial é de R$ 27 mil.

– Nossa intenção é evitar acidentes nas ruas. Temos centenas de animais soltos e doentes pela cidade – explica o secretário Almir de Almeida, que pretende implantar a lei até o final de maio.

Mesmo sem estar em vigor, a legislação já está dando resultados. A dona de casa Izabete Ferreira Martins, 46 anos, moradora da Vila da Paz, mantém Belinha, uma Dachshund de seis meses, na coleira. As tentativas da cadela de correr para a rua foram impedidas desde a divulgação da lei.

– Ela já passou do portão, mas vou cuidar para que isso não aconteça mais. Não teria condições financeiras para retirá-la do canil – diz Izabete.

Segundo o presidente da Arpa, Paulo Krebs, todos os cavalos de Eldorado do Sul receberão chip. Se forem recolhidos pela associação, os proprietários terão de pagar uma multa que inclui taxa de recolhimento, alimentação e a chipagem (cerca de R$ 100).

Temendo ver suas duas éguas detidas pela Arpa, o carroceiro Eli Adriano da Silva, 36 anos, morador da Vila da Paz, tratou de guardá-las dentro do pátio. Antes da lei, ele costumava deixá-las pastando nos terrenos baldios. Da carroça, fazendo carretos e juntando material para reciclagem, tira os cerca de R$ 250 mensais que sustentam da família.

– Se elas forem pegas, não terei como pagar a multa para retirá-las – justifica.

ALINE CUSTÓDIO/DIÁRIO GAÚCHO
 
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