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 | 09/04/2006 18h05min

Santos vence, quebra tabus e rebaixa a Portuguesa

Sem dar chances para qualquer surpresa, o Santos venceu a Portuguesa por 2 a 0 neste domingo e conquistou o título do Campeonato Paulista após 22 anos de jejum. Além de colocar a Baixada Santista em festa, o resultado mandou a Portuguesa para a Segunda Divisão também em seu Estado, fato até então inédito na história do clube.

Além de ter posto fim à fila de títulos regionais do Santos, a conquista também foi a primeira dentro da Vila Belmiro desde 1965, outro tabu que terminou neste domingo. Cléber Santana e Leonardo (contra) marcaram os gols do Peixe.

O time da Vila Belmiro terminou a competição invicto em seu estádio, com um total de 43 pontos, um na frente do rival São Paulo, que deu trabalho até a última rodada. A Lusa manteve a sina de não vencer fora de casa neste Paulistão e disse adeus à Primeira Divisão com 18 pontos, média inferior de um por jogo.

A Portuguesa começou tensa e falhando na marcação. Mesmo o Santos não sendo um dos times mais envolventes do campeonato, muitas foram as jogadas em que seus atacantes apareciam livres no meio da zaga. O time do Canindé arriscou chute de longa distância com Alexandre, mas Fábio Costa estava atento.

Aos poucos, a Lusa acertou a marcação e conseguiu exercer até certa pressão sobre o adversário. Os alto-falantes não avisaram, mas, o São Paulo vencia por 2 a 0. A torcida santista foi ficando nervosa.

O primeiro alvo, é claro, foi Wilson de Souza Seneme, o árbitro. Depois o bandeira, em gol anulado de Reinaldo. Aos 23 minutos, enfim, o nervosismo se foi. Léo Lima cruzou para Cleber Santana marcar de cabeça: 1 a 0.

Totalmente desestruturada, a Lusa tentou reagir. O técnico Edinho foi ao ataque. Escalou Joãozinho e Esley nas vagas de Rai e Cléber, mas não pôde ver o time jogar com esta formação.

Aos 28 minutos, logo após as substituições, a bola foi alçada na área da Lusa. O lateral Leonardo se atrapalhou e, de cabeça, mandou a bola para dentro do próprio gol, sem chance para o companheiro Gléguer.

Reinaldo, que estava na jogada, comemorou como se tivesse marcado o gol. A torcida vibrou mais uma vez e, enfim, desentalou o grito de campeão paulista, depois de 22 anos.

Enquanto ouvia os gritos de “é campeão” ecoarem no estádio, a Lusa, assustada, continuou sofrendo pressão até o final do primeiro tempo. Maldonado, que tinha sentido contusão, voltou normalmente para o segundo tempo e foi ovacionado pela torcida. Aos cinco minutos, no entanto, ele deu lugar a Heleno.

Aos 10 minutos, Reinaldo fez linda jogada, mas seu chute passou raspando a trave esquerda de Gléguer. O segundo tempo foi morno. O Santos não tinha mais tanto ímpeto. A Portuguesa buscava a reação, mas sem acreditar no empate.

Com Magnum e Tabata em campo, a torcida começou a gritar “olé” após os 30 minutos, quando a maioria dos torcedores da Lusa decidiu deixar o estádio. Desolados, alguns sentaram petrificados para assistir os últimos momentos de sua equipe na Primeira Divisão. Só foram embora por sugestão Polícia Militar.

Como é seu costume, Wanderley Luxemburgo foi para os vestiários dois minutos antes do término do jogo para dar crédito à conquista de seus jogadores. O treinador, no entanto, teve grande porcentagem na campanha vitoriosa do Peixe e foi o primeiro a ter seu nome gritado pela torcida após o apito final.

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