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 | 19/12/2005 17h37min

Dólar tem nona alta seguida e fecha na máxima do dia

Destaque do dia para o câmbio foi o fluxo de recursos externos para o país

O ciclo de altas do dólar já dura nove dias consecutivos, uma seqüência somente comparável ao estresse anterior à última eleição presidencial. Desta vez a moeda norte-americana subiu 1,93% e fechou no maior valor do dia, a R$ 2,380 na compra e R$ 2,382 na venda. Passado o exercício de opções, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abandonou a tendência de alta e recuava 0,58% às 17h, aos 33.097 pontos.

Com a seqüência de altas o dólar opera no maior patamar desde o final de agosto. Não há dúvida no mercado que as altas são reflexo das agressivas compras de dólares feitas pelo Banco Central nos mercados à vista e de derivativos. Os leilões de swap reverso vêm acontecendo diariamente desde o dia 5 de dezembro. As compras de dólares no mercado à vista aconteceram quase todos os dias desde 3 de outubro.

– As informações ainda são desencontradas, mas é certo que as compras do BC vêm fazendo os bancos ajustarem suas posições. A pressão vem principalmente dos negócios feitos na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) – diz José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação.

Uma das notícias de destaque do dia para o câmbio foi o fluxo de recursos externos para o país. Em dezembro, até o dia 16, haviam ingressado ao país US$ 2,05 bilhões, relativos principalmente à balança comercial superavitária. Esses ingressos, no entanto, não têm sido suficientes para compensar os recursos que o Banco Central vem tirando diariamente do mercado.

Esta é considerada a última semana "útil" do mercado, já que o feriado de Natal acontece no próximo fim-de-semana. A liquidez do mercado de câmbio ainda considerada normal, mas pode perder fôlego ao longo da semana.

As projeções dos juros negociadas no mercado futuro fecharam com leve indicação de alta, acompanhando a tendência do dólar. No Boletim Focus, pesquisa feita pelo Banco Central junto aos bancos, o mercado mostra que não alterou as previsões para inflação neste e no próximo ano, mas reduziu a expectativa de crescimento da economia.

O principal evento desta semana para o mercado de juros será a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O documento deve detalhar os motivos da redução dos juros básicos da economia em 0,5 ponto percentual, na semana passada. Mas o mercado quer saber os argumentos dos dois diretores que votaram por um corte maior, de 0,75 ponto. A dúvida é se esse corte maior será feito em janeiro.

O Depósito Interfinanceiro (DI) de abril fechou com taxa de 17,38% ao ano, contra 17,37% do fechamento de sexta-feira. O DI de outubro teve a taxa elevada de 16,62% para 16,63% anuais. A taxa de janeiro de 2007 subiu de 16,46% para 16,49% anuais.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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